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Academia - Autores
Caio Fernando Abreu

Autoria                -                 Orientação          -        Grau - Local - Data

CARDOSO, Ana Maria       Maria do Carmo A. Campos           Dr.     UFRGS     2007

Título: Sonho e transgressão em Caio Fernando Abreu: o entre-lugar de cartas e contos

Sinopse: Este trabalho visa a analisar e interpretar O ovo apunhalado, coletânea de contos de Caio Fernando Abreu, publicada em 1975, em sintonia com as cartas do escritor, a fim de investigar em que medida e tendo em vista o conjunto da obra se estabelecem diálogos com as diferentes representações sócio-culturais do seu tempo, em especial dos anos 70, fase assinalada pela conquista da notoriedade do ficcionista sul-riograndense no cenário da literatura brasileira. Os distintos modos de composição utilizados em O ovo apunhalado assinalam a postura de permanente contravenção à realidade objetiva e subjetiva, resultado de um jogo dialético com as vicissitudes históricas. Para tanto, os fundamentos teóricos de Theodor Adorno, Walter Benjamin, Georg Simmel, entre outros, contribuem para elucidar que as rupturas com a forma literária efetuam-se por uma não conformidade aos fenômenos histórico-sociais. As cartas, por sua vez, reiteram a contundência literária, diretamente relacionada à irreverência do escritor enquanto sujeito social. Evidencia-se que a estranheza da escritura de Caio Fernando Abreu em relação a padrões da literatura sul-rio-grandense e da literatura brasileira é concomitante à estranheza do sujeito social, o que se funda, sobretudo, numa postura anticonvencional originária de um sonho: o de que a realidade pudesse ser outra.

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Autoria                -               Orientação         -        Grau - Local   -  Data

ALÓS, Anselmo Peres          Rita Terezinha Schmidt                 Dr.      UFRGS      2007

Título: A Letra, o Corpo e o Desejo – uma leitura comparada de Puig, Abreu e Bayly

Sinopse: A letra, o corpo e o desejo: uma leitura comparada de Puig, Abreu e Bayly tem por objetivo a realização de uma análise contrastiva de três romances representativos da problematização da identidade homossexual masculina no continente latino-americano: El beso de la mujer araña (Argentina, 1976), de Manuel Puig; Onde andará Dulce Veiga? (Brasil, 1990), de Caio Fernando Abreu e No se lo digas a nadie (Peru, 1994), de Jaime Bayly. A articulação de uma epistemologia queer permite pensar a textualidade como o lugar de encenação de uma ficção política que questiona os regimes heteronomativos do sexo e do gênero, e propõe uma estratégia de resistência baseada tanto nos corpos e nos prazeres quanto nas políticas de representação e reinvenção das masculinidades e das feminilidades. Tomando os pressupostos feministas, os estudos narratológicos e a teoria/epistemologia queer como sustentação teórica, realiza-se uma leitura crítica desses romances, os quais questionam o regime heteronormativo e investem no potencial subversivo de um lugar de enunciação do discurso literário marcado pela diferença e pela resistência aos dispositivos heteronormativos de regulação das identidades sexuais. A partir de uma retomada dos princípios da narratologia, investiga-se também de que forma (ou formas) o texto narrativo configura-se como espaço de negociação de uma perspectiva queer sobre a nacionalidade, a sexualidade e o gênero na enunciação dos referidos romances. Neste sentido, a literatura reescreve tanto o corpo sexual, tido como o lugar da subjetividade individual, quanto o corpo social/nacional, entendido como uma ficção reguladora das sociabilidades corporais e sexuais. Com vistas a uma poética queer, busca-se evidenciar as contradições e impasses que emergem nos romances, particularmente em relação a questões de raça, classe e gênero, bem como as potencialidades e os pontos problemáticos da poética queer como lugar de intervenção cultural, no qual são performativamente projetados novos arranjos de legibilidade social.

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Autoria               -                Orientação    -              Grau  -  Local - Data 

PORTO, Luana Teixeira      Márcia I. de L. e Silva         Ms.     UFRGS   2005

Título: Morangos mofados, de Caio Fernando Abreu: fragmentação, melancolia e crítica social

Sinopse: Este trabalho consiste em uma leitura da obra Morangos mofados, de Caio Fernando Abreu, publicada em 1982. O objetivo da pesquisa é desenvolver uma leitura crítica de contos da antologia que englobe uma articulação entre forma literária e conteúdo social. O estudo parte de uma recuperação dos textos críticos sobre a produção do autor e em seguida apresenta um caminho de leitura para os contos do livro a partir das relações entre literatura, história e sociedade. Em sua segunda parte, a investigação enfoca elementos teóricos sobre a fragmentação formal da narrativa e sobre a melancolia. Entre os autores consultados para fundamentação estão Theodor Adorno, Walter Benjamin, Sigmund Freud e Julia Kristeva. A terceira parte constitui-se da análise de textos de Caio Fernando Abreu, a qual é elaborada a partir da observação à fragmentação formal dos contos e à perspectiva melancólica que transparece nas narrativas, pois esses são elementos que configuram a crítica social da produção literária investigada e a relação da obra com o seu contexto de produção. Os contos selecionados para essa leitura são Os sobreviventes, Pêra, uva ou maçã?, Aqueles Dois e Morangos mofados. O trabalho também contempla uma reflexão acerca dos estudos críticos sobre o escritor e a sua obra, apontando a necessidade de se desenvolver uma leitura do texto a partir da articulação entre forma literária e conteúdo social.

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Autoria               -                 Orientação        -       Grau - Local    -  Data

BIZELLO, Aline Azeredo        Lea dos S. Masina       Ms.       UFRGS     2006

Título: Caio Fernando Abreu e Jack Kerouac: diálogos que atravessam as américas

Sinopse:A finalidade deste estudo é analisar, do ponto de vista da Literatura Comparada, as relações existentes entre contos do escritor Caio Fernando Abreu e o romance On the Road, do norte-americano Jack Kerouac. Com o objetivo de apreender o diálogo entre os textos, a investigação desenvolve-se desde o exame do estilo de vida das personagens até as condições históricas nas quais foram produzidas as obras. Dessa forma, focaliza-se o local que ocupa a produção literária do escritor gaúcho, a partir das relações inter-literárias com a realidade cultural do seu tempo. Pretendeu-se verificar, através da Literatura Comparada, de que modo a obra de Caio absorve os influxos da obra de Kerouac. Assim, examina-se a apropriação cultural estrangeira através da recepção, em Caio, da literatura beat. O estudo aborda questões referentes ao sujeito, à liberdade, à introspecção, à fragmentação, à identidade, ao estranhamento, ao desejo, à autonomia, relacionando-as à construção da linguagem e à representação da visão de mundo dos autores. Para tanto, foram considerados alguns momentos históricos do final do século XX, como a Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria, o Macartismo e a ditadura militar brasileira. Nesse contexto, intensifica-se, de um lado, o desejo de livre arbítrio e, de outro, a imobilidade resultante da falta de esperança. A partir desses dados, analisa-se a atmosfera vivida e representada nas obras de Caio e Kerouac. Dessa forma, o trabalho desenvolve a hipótese de que Caio Fernando Abreu absorve aspectos da filosofia ¿beat¿, assimila-os e os transforma para adaptá-los ao seu contexto histórico e cultural

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Autoria              -           Orientação           -           Grau  -  Local     Data

SANTOS, Ivan dos           Simone P. Schmidt             Ms.     UFSC       2004

Título: Caio Fernando Abreu - repórter de uma geração

Sinopse: Esta dissertação analisa quatro livros de Caio Fernando Abreu escritos nos anos 80 e 90. As narrativas apresentam homens e mulheres que viveram durante e depois da contracultura. Essa geração aproveitou um breve período da liberdade e utopia. Porém, logo depois, eles perderam o rumo e perceberam que o sonho havia acabado. Primeiramente, este trabalho pretende mostrar que, como Caio Fernando Abreu testemunhou o movimento beat, ele o enfocou em toda a sua literatura. E assim ele realmente se tornou um repórter da contracultura. Segundo, verificar que muitos contos têm traços nitidamente autobiográficos. Terceiro, observar a maneira como esses sujeitos lidam com seus corpos, desejos e sexualidade nos tempos de aids. Quarto, discutir o espaço em que eles transitam. Por falar nisso, Caio Fernando Abreu descreve muito bem a cidade de São Paulo. Em quinto, constatar que esses sujeitos não podem mais ser concebidos como um 'ego' inteiro. Pois o 'eu' está cada vez mais fragmentado e composto por múltiplas identidades. E finalmente, demonstrar que diversos personagens são condensados em um único: o jornalista do romance Onde andará Dulce Veiga? O escritor faz um profundo mergulho na vida interior desses sujeitos. Ele rasga o véu e expõe de maneira nua e crua seus mais íntimos sentimentos. Mostra o lado fraco, escuro e rude deles. Os personagens procuram por amor e aceitação, mas eles percebem um sinal de acusação no olhar dos outros. Então, quando se voltam para o passado, encontram muitos sentimentos difíceis de exprimir. De acordo com a ascensão da 'Nova Direita' no mundo, quase tudo que eles foram, fizeram e fazem é reiteradamente visto com um sentimento de repulsa. Por exemplo, os movimentos sociais em torno da política sexual. Como o relacionamento e o amor entre homens, que os antigos gregos chamavam de 'Philadelphia'. Este amor 'impuro' é acompanhado de vergonha e culpa. Por isso, através do isolamento, eles tentam escapar da dor que as pessoas inflingem nos seus corações. Caio Fernando Abreu não teve medo de colocar o dedo em feridas e nem de tocar em espinhos, mesmo que eles fizessem sangrar as mãos. Então, os leitores precisam estar preparados para encarar a beleza e o horror do real, do irreal e do surreal. Por último, fica uma importante questão: Os morangos estão realmente mofados ou nós não sabemos exatamente como saboreá-los?

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Autoria              -           Orientação           -           Grau  -  Local     Data

LEITÃO, Carla Fraga    Maria Ap. Junqueira               Ms.     PUC/SP    2005

Título: Caio Fernando Abreu: em busca de Dulce e de si mesmo

Sinopse:Esta dissertação centra-se no campo da análise literária e focaliza o romance de Caio Fernando Abreu, Onde Andará Dulce Veiga? Um Romance B. A pesquisa se detém em dois momentos: a contextualização contemporânea do gênero romance, especialmente no Brasil, e a análise do corpus, sob a luz de teorias que discutem a contemporaneidade. O trabalho pergunta se o romance de Caio Fernando Abreu pode estar rompendo com os modelos precedentes de construção do texto romanesco e se é possível estar se distanciando dos moldes oferecidos pelos procedimentos de criação da narrativa tradicional. Objetiva uma análise crítica da narrativa, verificando as escolhas feitas que delimitam não só os elementos estruturais do romance, mas também certos aspectos sociais e psicológicos do homem contemporâneo. A fundamentação teórica está apoiada nos estudos de Hans Urlich Gumbrecht, Tânia Pellegrini, Umberto Eco, entre outros. Sendo fruto da literatura dos anos 70, Onde Andará Dulce Veiga? Um Romance B chega aos anos 90 carregado de um passado literário marcadamente brasileiro, incorporando técnicas diferenciadas de outras artes e caracterizando vivamente o cenário artístico-cultural dos fins do século XX

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Autoria              -           Orientação           -           Grau  -  Local     Data

REEDIJK, Carolina da C.  Cleudemar A. Fernandes     Ms.      UFU     2006

Título: Sobre o amor que "não" ousa dizer o nome
Sinopse: O presente trabalho aborda a questão da homossexualidade em três contos do escritor Caio Fernando Abreu, publicados em 1982, no livro intitulado Morangos Mofados: Terç-feira gorda, Alé do ponto e Aqueles dois. A abordagem da questão da homossexualidade é feita às luzes dos escritos de Michel Pocheux acerca do discurso, do interdiscurso, do intradiscurso, da memória discursiva, da formação discursiva, da condição de produção dos discursos e do sujeito; às luzes das proposições de Michel Foucault relativas ao discurso, à contradição, à formação discursiva, ao sujeito, à resistência, ao poder e ao autor; às luzes dos postulados de Authier-Revuz referentes à noção de sujeito e de heterogeneidades enunciativas e também às luzes de duas questões abordadas por Stuart Hall, Tomaz Tadeu da Silva e por Kathryn Woodward: a identidade e a diferença. O método utilizado é o qualitativo-interpretativista. Diante da questão da homossexualidade a unidade temática dos três contos escolhidos como corpus de pesquisa e diante do arcabouço teórico que fundamenta a presente pesquisa, levantamos as seguintes indagações: como é o discurso homossexual?; como o homossexual materializa seu discurso acerca de sua própria sexualidade?; como ele significa a homossexulidade? Partindo dessas indagações e do arcabouço teórico que sustenta essa dissertação, lançamos a hipótese de que o discurso do homossexual, mesmo buscando significar a homossexualidade de uma forma positiva, não preconceituosa, é afetado por discursos que circulam na sociedade e que representam e significam essa questão negativamente, ou seja, ele é afetado pela sua diferença. Levando em consideração a hipótese levantada, objetivamos perceber de que maneira a temática homossexual tem lugar nos contos, como ela aparece neles; buscamos também detectar como o preconceito entra nos contos; buscamos trazer a tona as diferentes vozes (discursos) com suas diversas formações discursivas e ideológicas acerca da homossexualidade presentes nos diferentes espaços discursivos escolhidos como corpus de pesquisa para tentarmos detectar como os sujeitos, por intermédio de seus discursos, significam a questão da homossexualidade e como são significados por ela, como se posicionam diante dessa questão e se constituem sujeitos; buscamos analisar as diferentes vozes (discursos) com o intuito de mostrar que não há, nas vozes, uma subjetividade individualista, mas sim uma subjetividade coletiva e, por fim, buscamos mostrar que a diferença (o Outro) é o exterior constitutivo do sujeito, de seu discurso, de sua identidade. Pudemos, por meio da análise arrolada, perceber que a hipóese levantada e os objetivos propostos foram alcançaados.

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Autoria                 -              Orientação        -         Grau  -  Local     Data

BAENA, Cristiane Torres      Ana Cristina C. Viegas     Ms.        UERJ    2008

Título: Literatura e vida literária em Caio Fernando Abreu: a escrita do ir - remediável

Sinopse: Observando o panorama político-cultural do Brasil do final do século XX, sobretudo, os anos 70, 80 e 90, traço o cenário em que se insere Caio Fernando Abreu, bem como suas influências intelectuais e a construção / repercussão de sua biografia na e pela própria escrita, de modo a nos auxiliar na compreensão dos percursos literários por ele tomados. Para tanto, faço uso de pesquisas em periódicos, documentos e cartas, além de apoiar meus estudos em seus livros e artigos publicados. Em um primeiro momento a pesquisa se faz pelo mapeamento do cenário histórico-nacional e referências bibliográficas que julguei pertinentes ao estudo. Em seguida debruço-me sobre as influências intelectuais, bem como o debate acerca da pretensa comunicação da intimidade em sua obra. Considerado por muitos como um escritor da proximidade, tento perceber como este rótulo acaba por (re) afirmar a identidade enquanto sujeito autoral, analisando, para tanto, tudo aquilo que compõe o chamado espaço biográfico. Correspondências, diários e entrevistas são neste trabalho observados como instrumentos de construção desse sujeito autoral, bem como depoimentos de amigos e matérias jornalísticas a respeito do escritor gaúcho. Investigo, portanto, até onde Caio Fernando deixa-se desvendar, questionando a intimidade permitida, estabelecendo condições, enfim, de construir mais que uma biografia pessoal-contextual, traçando a tênue linha que permite, não meras classificações e rótulos estilísticos, mas, sobretudo, compreender quê (expressão fartamente utilizada por Caio Fernando Abreu em sua obra, e aqui colocada em espécie de humor homenagem que demonstra a abertura às possibilidades imponderáveis)

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Autoria              -                 Orientação        -         Grau  -  Local   - Data

BARROS, Nathalia Duprat   Angela Freire Prysthon      Ms.      UFPE     2008

Título: Luminosamente claustrofóbicas: ambigüidades cinematográficas em Caio Fernando Abreu

Sinopse:Parte de uma geração para a qual nada parecia ter restado depois das revoluções dos anos 1960 e do desbunde contracultural da década de 1980, o escritor gaúcho Caio Fernando Abreu é considerado pela crítica literária nacional como uma espécie de porta-voz de sua época, tendo se aplicado na definição de gestos, falas e sentimentos que, aos pedaços, começam a traçar o painel de um momento da história de vida de uma geração (HOLLANDA, 1982). Sua literatura confessional, considerada ora pesada, densa e grotesca, dialoga na mesma medida com a cultura pop, o humor queer e a homoafetividade. Estas e outras dualidades são presenças recorrentes nos contos do autor, que se utiliza de instâncias quase sempre díspares para compor um cenário literário próprio, onde palavra e imagem se misturam e completam. Sob todos estes aspectos, nosso interesse aqui é analisar, a partir dos rastros deixados por Caio Fernando Abreu, como uma ambiência estética construída a partir de ambigüidades constitui-se, simultaneamente, como parte e reflexo do tempo no qual se inscreve. Como objeto de nossa análise, optamos por não analisar seus textos per se; antes, elegemos três adaptações cinematográficas a partir de contos bastante influentes na década de 80: o longa Aqueles dois e os curtas Sargento Garcia e Dama da noite. Na primeira parte de nossa pesquisa, situamos o cenário nacional da geração de Caio Fernando Abreu, quando o Brasil viveu uma série de mudanças político-econômico-culturais e viu nascer um novo mercado editorial voltado à juventude pop do País. Em seguida, fazemos um mapeamento de certos conceitos relacionados ao contemporâneo, apresentando um breve panorama teórico da pósmodernidade e a constituição de uma ambiência midiática a partir do fim do chamado Grande Divisor. Na segunda parte, trazemos uma série de ensaios através dos quais analisamos os filmes constituintes do nosso corpus, discutindo as principais ambigüidades percebidas no texto de Caio Fernando Abreu

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Autoria               -                Orientação        -         Grau  -  Local  -  Data

ARRIAGADA, Raul Ignacio V.   Ana Lúcia T. Pelegrino   Ms.  Mackenzie  2006

Título: O frasco aberto: análise de contos de Jaime Bayly e Caio Fernando Abreu

Sinopse: O Frasco Aberto é uma análise comparativa de contos de Jaime Bayly (Extrañando a Diego, 1996) e Caio Fernando Abreu (Aqueles dois, 1982). O interesse pela análise destes dois contos nasceu pela força, criatividade e frescor que os autores trouxeram à literatura contemporânea latino-americana. A narrativa de ambos dialoga com a contemporaneidade, permitindo uma reflexão crítica sobre as relações sociais. Os contos escolhidos permitem discutir temas como a pós-modernidade, o homoerotismo, a intolerância, os valores e os papéis sociais que se desempenham na sociedade. O conto Aqueles dois, de Caio Fernando Abreu, está inserido na obra Morangos mofados, lançado primeiramente pela Editora Brasilense, na coleção Cantadas Literárias nos anos 1980. Esta coleção estava destinada a revelar a produção de prosa e poesia de vários autores, novatos e consagrados. É importante perceber que naquela década vivia-se o processo de redemocratização e abertura política, o que foi significativo para a produção literária e artística do país. Extrañando a Diego de Jaime Bayly também pertence a um momento literário e político relevante da América Latina. O conto aparece pela primeira vez na coletânea McOndo, obra significativa dos anos 1990, pois reunia a produção de diversos jovens autores hispânicos que procuravam se desvincular do Realismo Mágico. O trabalho que se desenvolve nas páginas seguintes é a discussão do discurso construído nos contos. Perceber as estruturas erguidas para abordar temas como a pós-modernidade, a homossexualidade, o momento político e a denúncia social e a presença da intertextualidade.

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Autoria                    -               Orientação      -      Grau  -  Local  -   Data

JOVCHELEVICH, Roberta          Cecilia A. Saller          Ms.      PUC/SP  2005

Título: A Cronica no jornal: uma leitura de Caio Fernando Abreu

Sinopse: A pesquisa A crônica no jornal: uma leitura de Caio Fernando Abreu tem o objetivo de entender e esclarecer as possibilidades da crônica como gênero jornalístico e literário, através do estudo das crônicas do gaúcho Caio Fernando Abreu (1948 1996), publicadas nos jornais O Estado de S. Paulo e Zero Hora (Porto Alegre) e reunidas no livro Pequenas epifanias (ed. Sulina). A escolha do autor se deve ao estilo predominantemente literário, intimista e confessional que ele imprime aos seus textos e que o colocam na mesma tradição estética de Clarice Lispector, cronista do Jornal do Brasil nos anos 70. Tal estilo contrasta sobremaneira com a linguagem jornalística, evidenciando a origem da crônica: o folhetim francês, gênero que inaugurou a relação entre mídia e ficção na América Latina. No Brasil, a crônica prosperou como gênero do jornalismo e da literatura, ambigüidade típica do hibridismo de gêneros que é fruto da tradição da ruptura latino-americana. Caracterizada, geralmente, por textos leves, humor e linguagem coloquial associados ao cotidiano, a crônica tem em Caio Fernando Abreu um autor singular, cujo olhar introspectivo ressalta a condição humana. Se por um lado, ele incorpora o cotidiano em suas narrativas, por outro desenvolve monólogos interiores repletos de sensações e sentimentos, bem distantes do humor e da leveza característicos do gênero. Ao nos debruçarmos sobre as suas crônicas, nosso objetivo foi o de captar as nuances do gênero e, ao mesmo tempo, perscrutar a função desempenhada pela crônica dentro do jornal, no que se refere à formação de público-leitor para o próprio veículo e, paralelamente, para a literatura. Para tanto, recorremos às teorias literárias, da comunicação e do jornalismo exploradas por autores como Antonio Candido, Walter Benjamin, Leyla Perrone-Moisés, Roman Jakobson, Muniz Sodré e Maria Helena Ferrari.

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Autoria               -             Orientação           -          Grau – Local  - Data

KOGURE, Linda Emiko                                                Ms.      UFES     2005

Título: Jogadores de espetáculos: uma interface entre a ficcionalidade literária e mdiática na escrita de Caio Fernando Abreu

Sinopse: O trabalho aponta a interface entre a literatura de Caio Fernando Abreu e a mídia, serpenteando a obra não só pela perspectiva dos Estudos Literários como da Comunicação, traçando paralelos entre a narrativa imagética, acelerada e descontínua com a linguagem do cinema e do videoclipe. A dissertação também cria uma ficção jornalística, preenchendo os espaços vazios deixados pelo autor em Onde andará Dulce Veiga, Comprovando como o jornal impresso constrói a sua realidade e o seu espetáculo. A intertextualidade do próprio escritor entre a sua ficção e a realidade também é abordada, elevando Caio Fernando Abreu à posição de protagonista do seu próprio elenco de personagens, ou seja, dos seus jogadores de espetáculos.

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Autoria                -                 Orientação          -        Grau - Local - Data

COSTA, Amanda Lacerda      Luis A. Fisher                    Ms     UFRGD  2008

Título: 360 graus: uma literatura de epifanias : o inventário astrológico de Caio Fernando Abreu

Sinopse:O interesse pela metafísica, pelo esoterismo, pelas filosofias orientais e pela Astrologia integrava a experiência pessoal do escritor Caio Fernando Abreu. O escritor utiliza elementos simbólicos, mitológicos e principalmente astrológicos em seu trabalho, ora como simples referência, ora como vetor na construção ficcional, de forma deliberada. Ao percorrermos a obra de Caio Fernando Abreu ao longo da linha de tempo, observase uma trajetória ascendente na utilização da linguagem astrológica. Desde os momentos iniciais, nas obras publicadas na década de 1970, o escritor utiliza os termos desta tradição, contextualizando as configurações astrais em seus enredos e perfis de personagens. Esse procedimento é definitivamente incorporado e ampliado nas obras da década de 1980, sendo aprofundado de forma diferenciada em Triângulo das águas, um livro inteiramente baseado em arquétipos astrológicos, segundo afirma o próprio autor. Essa abordagem é presente também nos livros publicados na década de 1990, inclusive nas edições póstumas. A dissertação analisa a hermenêutica simbólica em Triângulo das águas, buscando elucidar os sentidos profundos evocados pelas imagens arquetípicas ligadas à tradição da Astrologia presentes nos textos que constituem o livro e, assim, ampliar a sua compreensão. Intenta, também, a partir de uma revisão da obra completa de Caio Fernando Abreu - romances, contos, crônicas, peças teatrais -, identificar os traços do simbolismo astrológico ao longo de sua produção literária e os pontos de contato com Triângulo das águas, de modo a revelar novos significados. Ainda, a partir de depoimentos e entrevistas do escritor, enfoca a utilização da Astrologia como um procedimento intencional no seu processo de criação. Ao traçar uma breve revisão da fortuna crítica do autor, com ênfase na crítica e historiografia especializada e de fundo acadêmico, confirma-se a originalidade da abordagem empreendida neste trabalho. Como referencial teórico, foi utilizada a bibliografia específica da área da Astrologia, complementada por obras relativas à Mitologia, ao Símbolo, à História das Religiões e ao Imaginário.

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Autoria                -                 Orientação      -    Grau - Local     -     Data

PASSOS, Marie-Hélene Paret   Marcia I.L e Silva    Dr.      UFRGS         2008

Título: Da crítica genética à tradução literária : o caminho da (re)criação e da (re)escritura 'Anotações para uma História de Amor' de Caio Fernando Abreu

Sinopse: Por que e de qual maneira a crítica genética pode ser uma forma de leitura reveladora no processo tradutório de um texto literário? É a pergunta que guia nossos passos nessa pesquisa. A partir do estudo genético do prototexto do conto inédito de Caio Fernando Abreu: Anotações para uma estória de amor, analisamos o processo escritural do autor, isto é, procuramos entender como o autor criou, estruturou e textualizou sua narrativa. Isso, no fito de embasar nosso processo tradutório nesse saber genético que um texto fixo não pode revelar. Pretendemos demonstrar que a passagem pelos manuscritos do autor traduzido pode ajudar o tradutor na sua tarefa. Procedemos à tradução do texto, a seu comentário e avaliação, e salientamos de qual forma utilizamos o saber genético em nosso processo tradutório. Por outro lado, queremos demonstrar que traduzir não é um simples processo mecânico, que existe uma escritura tradutória e que o texto oriundo da tradução possui as mesmas características que um texto literário dito original. De fato, o produto tradução passa por uma trajetória criativa e é balizado por rastros que atestam um trabalho de criação. Esses rastros são visíveis no prototexto da tradução que chamamos terceiro texto. O estudo desse terceiro texto pode levar a entender o processo criativo do tradutor, revelar suas dúvidas, suas escolhas, suas interrogações, isto é, o seu fazer. Portanto, abordar geneticamente os rascunhos do tradutor e constituí-los em objeto de estudo pode revelar-se como uma etapa fundamental no processo de avaliação da tradução. Estão, então, esboçadas as bases de uma interdisciplinaridade entre crítica genética e tradução literária

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Autoria                -                 Orientação          -        Grau - Local - Data

MARQUES, Marcia C.R Corrêa  Marcia I.L. Silva             Ms.     UFGRS   2009

Título: Epifanias compartilhadas : o diálogo entre Caio Fernando Abreu e seus leitores através das crônicas

Sinopse: Este trabalho pretende analisar as crônicas de Caio Fernando Abreu, publicadas no volume Pequenas Epifanias, e o diálogo que elas suscitaram com os leitores na época de sua publicação. O primeiro passo é uma tentativa de entender a crônica como gênero textual e delimitar algumas bases teóricas para a sua compreensão. O movimento de análise se dá em duas etapas distintas: num primeiro momento, as crônicas são analisadas em conjunto, na seqüência de sua publicação em livro, cotejando o material utilizado nestes textos com o mesmo material utilizado como tema de suas cartas particulares, também organizadas em livro. Desta análise, constatamos que, lidas em conjunto, as crônicas de Caio possuem um alto caráter autobiográfico, fornecendo um panorama da época e da vida do autor. A segunda leitura leva em consideração as cartas escritas por seus leitores e que estão organizadas em seu acervo, localizado no Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Esta leitura nos leva a concluir que o caráter dialógico e intimista das crônicas de Caio as coloca no limiar entre crônica e epístola, criando um laço de identificação entre autor e leitor. Assim, o trabalho de Caio, em busca da palavra certa, cria um texto artisticamente bem trabalhado, com um alto grau de subjetividade e que quebra as fronteiras dos gêneros literários, se aproximando da epístola e também do diário íntimo.
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Autoria                -                 Orientação          -        Grau - Local - Data

SILVA, Mara L. Barbosa da   Márcia I.L. e Silva              Dr      UFRGS   2009

Título: Zona contaminada : O processo de criação dramatúrgica em Caio Fernando Abreu

Sinopse: O presente estudo visa a examinar o processo de criação dramatúrgica em Zona contaminada de Caio Fernando Abreu. A pesquisa em questão está centrada na análise e interpretação do prototexto da peça, que é composto por quatro versões datiloscritas e pela versão publicada. Para tanto, nos valeremos dos pressupostos da crítica genética, bem como de teorias sobre dramaturgia, especialmente as de Bertolt Brecht, no que se refere às suas proposições sobre a constituição do distanciamento cênico. O texto teatral caracterizase por ter uma natureza dual, o que o faz encontrar a sua completude somente no palco. Nossa proposta é, através da análise comparativa do material, verificar a constituição da teatralidade do texto, analisando em cada uma das versões os seus elementos constitutivos.

 

 

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