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Academia - Autores
Carmen Martin Gaite

Autoria            -             Orientação       -       Grau  -  Local -  Data  -  Pg

SILVA, Aline Coelho     Márcia Hoppe Navarro            Dr.       /UFRGS   2007

Título: A contística de Carmen Martín Gaite como alternativa ao discurso franquista

Sinopse: Este texto propõe-se a analisar o discurso ficcional de Carmen Martín Gaite como um discurso alternativo à nação espanhola dominada pelo regime franquista (1939-1975), que se formou a partir da Guerra Civil Espanhola (1936-1939) e estendeu-se até a metade da década de 1970, com a morte do General Franco e com a pressão dos novos tempos. Esta discussão da narrativa imposta pelo poder político, moral e religioso ditatorial é aqui balizada pelas teorias críticas feministas, que se pautam por uma ¿outra¿ leitura divulgadora das vozes marginalizadas que compõem uma nação, proclamada pelos pronunciamentos oficiais como uníssona, democrática e desenvolvida. As estratégias desta narrativa alternativa, proposta pela ficção, são diversas, mas basicamente são inauguradas por um olhar silencioso, que resgata da memória uma verdade banida da história do período franquista. Buscamos nos artigos e ensaios, produzidos pela autora, referências à literatura feita por mulheres, assim como sua concepção acerca da própria literatura, de modo a melhor compreender seu discurso e suas filiações levadas ao texto ficcional. Os contos de Martín Gaite, reunidos nos volumes Cuentos completos e Cuéntame, são pela primeira vez estudados na academia brasileira e revelam ser uma rica fonte para a investigação dos estudos literários e para a compreensão da Espanha democrática. Estas narrativas breves apresentam uma narradora ventanera que se espreita nas janelas, as poucas aberturas das casas, para observar e denunciar um espaço em que as estratégias de dominação perpassam as questões de classe e, principalmente, as de gênero. Esta narradora empresta sua voz às personagens silenciadas, reivindicando o local de pertencimento da mulher, garantindo-lhe um lugar em um enunciado oficialmente restrito aos divulgadores do ¿novo regime¿ e construindo uma Espanha possível e real, na medida em que auxilia a desvelar uma verdade discursiva imposta, indicando um caminho de libertação através da consciência do aprisionamento contingente.

 

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