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ENTREVISTA SIMULTÃNEA

 

Adélia Prado

Nasceu em Divinópolis, MG, em 13 /12/1935. Romancista, Dramaturga e poeta teve seu primeiro livro - Bagagem (1975) - publicado aos 40 anos, Carlos Drummond de Andrade leu os originais, gostou e a proclamou poeta. Afonso Romano de Sant’Anna também gostou e ajudou a impulsionar sua carreira. A partir daí não parou mais de escrever e de chamar a atenção dos críticos e o interesse dos leitores. O segundo livro, também de poesias, viria em 1978 com O coração disparado, reafirmando uma veia poética mais consistente. O livro é agraciado com o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. No ano seguinte escreve Solte os cachorros. Um livro de prosa, porém uma prosa poética. Com o sucesso batendo na sua porta, vê-se obrigada a abandonar uma longa careira no magistério. Em 1980 passa a dirigir o grupo teatral amador “Cara e Coragem” e encena peças de Ariano Suassuna e Dias Gomes, ao mesmo tempo em que lança Cacos para um vitral. Durante o período 1983-1988, a convite do prefeito de Divinópolis, exerce a chefia da Divisão Cultural da Secretaria de Educação e da Cultura. Mas o cargo não interrompe sua produção literária. Em 1981 lança Terra de Santa Cruz e Os componentes da banda, em 1984. Nos anos seguintes viaja à Portugal e Cuba, participando de programas de intercâmbio cultural. Fernanda Montenegro estréia, no Teatro Delfim - Rio de Janeiro, em 1987, o espetáculo Dona Doida: um interlúdio, baseado em textos de livros da autora. A montagem, sob a direção de Naum Alves de Souza, fez grande sucesso, tendo sido apresentada em diversos estados brasileiros e, também, nos EUA, Itália e Portugal. Em 1988 publica A faca no peito e viaja para Nova York e Berlim, representando o Brasil em eventos literários. Após um período afastada, de “uma temporada no deserto”, como afirmou, ressurge em 1994 com o livro O homem da mão seca, um livro iniciado em 1987 e interrompido no primeiro capítulo, devido a uma crise de depressão. Deus é personagem principal em sua obra.Ele está em tudo. Não apenas Ele, mas a fé católica, a reza, a lida cristã."Tenho confissão de fé católica. Minha experiência de fé carrega e inclui esta marca. Qual a importância da religião? Dá sentido à minha vida, costura minha experiência, me dá horizonte". Morando até hoje na pequena Divinópolis, estão em sua prosa e em sua poesia temas recorrentes da vida de província: a moça que arruma a cozinha, a missa, um certo cheiro do mato, vizinhos, a gente de lá. Em 2000, estréia o monólogo Dona da casa, adaptação de José Rubens Siqueira para Manuscritos de Felipa (Siciliano,1999), um de seus principais livros. Em 2000 foi homenageada pelo Instituto Moreira Sales, com um número dos Cadernos da Literatura Brasileira. Ao completar 70 anos lançou Quero minha mãe (2005), onde conta um milagre ocorrido com uma senhora de 60 anos. Bruno Tolentino classificou Adélia Prado como “a poetisa do ritmo, do instante e do precário indizível” e a imprensa literária costuma ver sua obra como “missionária”. Mas, ela não se incomoda com isto. “A poesia é um oráculo, seja eu ateu ou crente. Seu caráter epifânico independe da confissão religiosa do autor”, sentencia.

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