Volta para a capa
ENTREVISTA SIMULTÂNEA

Georges Simenon

 

Georges Joseph Chistian Simenon

Nasceu em 12 de fevereiro de 1903, em Liège, Bélgica. Romancista prolífico, escreveu quase 400 romances e umas 200 novelas, além de contos, reportagens e artigos utilizando ora seu nome, ora seus 27 pseudônimos. É o autor belga e o quarto autor de língua francesa mais

traduzido em todo o mundo. Segundo André Gide, “talvez o maior romancista da França”. Aos 17 anos começa como repórter no jornal La Gazette de Liège, interessa-se pelos inquéritos policiais e assiste a conferências sobre polícia científica. No mesmo ano (1920), escreveu sua primeira novela – Au point des arches – em dez dias. Sempre escreveu muito rápido, iniciando com novelas comerciais, uma delas em apenas um dia, com a intenção de adestrar-se para obras mais sérias. Logo depois, passa a viver em Paris e, sob a encomenda de Joseph Kessel, começa a escrever novelas para a coleção “Detective”. Aí surge seu famoso personagem “Comissário Maigret”, que lhe acompanhará pelo resto da vida e sobre o qual escreveu 78 novelas e 28 contos. Em seguida passou a escrever novela psicológica tensa, conhecida pelos milhares de leitores europeus como uma simenon, das quais escreveu mais de 80. Posteriormente passou a escrever romances mais sérios, intercalados com um Maigret pouco freqüente. Seus livros, vertidos amplamente para outros idiomas, são também usados pelo cinema e pela televisão em adaptações que ele não supervisiona e em peças teatrais que ele não assiste. Fez diversas viagens pelo interior da França no barco Ostrogoth, o qual mandou construir e no qual viveu por dois anos; aperfeiçou seu gosto pela navegação, viajou pela África, Europa, Rússia e Turquia e, depois

de um longo cruzeiro pelo Mediterrâneo, realizou uma volta ao mundo entre 1934 e 1935. Nessas viagens não parou de escrever, fotografar e conhecer mulheres. Ele mesmo contabiliza ter transado com 10 mil mulheres, das quais 8 mil eram prostitutas. Tal proeza tem sido confirmada pelos seus biógrafos. No entanto, Fenton Bresler, em The mistery of Georges Simenon, a Biography (Beaufort Books, N.Y.), afirma que Simenon tinha uma imaginação hiperativa e que existe até um estudo sobre a sua personalidade, publicado em jornal médico, no qual uma equipe de psiquiatras suíços o declara um “fantasista, uma pessoa incapaz de distinguir verdades de mentiras”. Após a Segunda Guerra Mundial, transfere-se para os EUA, onde vive por 10 anos descobrindo, milha a milha, os bares, motéis, estradas e “as grandes paisagens norte-americanas para saciar sua curiosidade e apetite de viver”. Tem uma preocupação excessiva em não escrever “literário demais”. Seu trabalho de revisão consiste em cortar adjetivos, advérbios e “todas as palavras que estão lá apenas para causar efeito, sentenças que lá se encontram apenas como sentenças”. Em 1952 foi nomeado para academia belga e, em 1955, retornou à Europa e passou por um movimentado período na Cote d’Azur como um habitué do “jet-set” local. Pouco tempo depois, instala-se em Lausanne, na Suíça, onde manda construir uma grande mansão, que passa a ser freqüentada pelos cineastas e intelectuais franceses. Em 1972 pára de escrever romances e inicia um longo período de autoconhecimento, escrevendo sua longa autobiografia composta por 21 volumes ditada num pequeno gravador. Faleceu em 4 de setembro de 1989.

Prossiga na entrevista:

Por que escreve?

Como escreve?

Onde escreve?

O que é inspiração
Cinema

Psicanálise
Crítica Literária

Conselho Literário