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ENTREVISTA SIMULTÂNEA

José Eduardo Agualusa

 

Nasceu em Huambo, Angola, em 13/12/1960. Jornalista e escritor com formação em Agronomia e Silvicultura e destacado ativista cultural na literatura angolana. Sua família é portuguesa pelo lado paterno e brasileira pelo lado materno, e já viveu uma boa temporada no Recife e Rio de Janeiro. Publica quinzenalmente uma crônica na revista dominical do jornal Público e realiza o programa A hora das cigarras, sobre música e poesia africana, aos domingos, difundido pelas rádios Antena 1 e RDP África. Seu primeiro livro, A conjura (Dom Quixote, 1989) é um romance histórico situado em Angola no período 1880-1991. Uma época de turbulentos sucessos e mudanças, quando nas ruas de Luanda se cruzavam nobres senhores africanos com as "quibucas" de escravos e os degredados vindos do Reino se entranhavam pelos matos em busca de fortuna. O livro foi bem recebido pelo crítica e indicava o surgimento de um grande escritor. Ao longo deste tempo já publicou uns 15 livros, quase todos traduzido em diversos idiomas. O segundo livro D. Nicolau Água-Rosada e outras estórias verdadeiras e inverossímeis (1990) é uma reunião de seus contos e  segue a temática histórica. Vê-se na sua obra uma necessidade de registrar a história de seu país. Em 1996 publica Estação das Chuvas, biografia romanceada de Lídia do Carmo Ferreira, poetisa e historiadora angolana, misteriosamente desaparecida em Luanda em 1992, após o recomeço da guerra civil, transporta-nos desde o início do século até aos nossos dias através de um cenário violento e inquietante. No ano seguinte lança o livro que o projeta no cenário internacional, traduzido em diversos países: Nação Crioula (1997), a história de um amor secreto: a misteriosa ligação entre o aventureiro português Carlos Fradique Mendes - cuja correspondência Eça de Queiroz recolheu - e Ana Olímpia Vaz de Caminha, que, tendo nascido escrava, foi uma das pessoas mais ricas e poderosas de Angola. Seu interesse pela história e cultura negra abrange também o Brasil, e publica O Ano em que Zumbi tomou o Rio (2002), um romance digno d e ser filmado: Os morros do Rio de Janeiro estão fervendo. Aproxima-se o dia em que a guerra descerá sobre os bairros ricos da cidade. Um antigo coronel do Ministério da Segurança de Estado de Angola, que trocou o seu pais pelo Brasil, fugindo às armadilhas de um amor feroz e ao tormento da memória, prepara esse dia. Um jornalista mergulha no incêndio dos morros cariocas em busca de respostas a perguntas que poucos se atrevem a colocar. Zumbi, o mítico herói do Quilombo de Palmares, voltou para tomar o Rio. A partir de 2007 é o primeiro escritor africano a ser distinguido com o famoso Prêmio de Ficção Estrangeira, entregue pela National Portrait Gallery de Londres, pela obra O Vendedor de passados (2004). Outros livros: Estação das chuvas (1996); Fronteiras perdidas (1999); Um estranho em Goa (2000); A Substância do Amor e outras crónicas (2000); O homem que parecia um domingo (2002); Catálogo de sombras (2003); Manual prático de levitação (2005) e Barroco tropical (2009), que considera seu melhor romance. Atualmente não sabe onde vive, pois transita bastante entre Luanda, Lisboa, Olinda e Rio de Janeiro.   

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