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ENTREVISTA SIMULTÂNEA

Rubem Braga

 

Nasceu em 12/01/1913, em Cachoeiro de Itapemirim, ES. Jornalista, diplomata e cronista destacado na literatura brasileira. Quando criança gostava mais da praia e do futebol do que da escola. Assim, após algumas repetições de ano e algumas confusões, é expulso da escola e passa a morar em Niterói em meados da década de 1920. Em 1929 entra na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, estuda dois anos e transfere-se para Belo Horizonte, onde conclui o curso em 1932. Nunca exereceu a profissão de advogado, e ainda na Faculdade começou a trabalhar em jornal. Logo passou a assinar uma crônica diária no Diário da Tarde, além de escrever reportagens. Em fins de 1933 passa a trabalhar no Diário de São Paulo como cronista e repórter ao lado de nomes como Mario de Andrade (crítico de música), com quem não se deu muito bem. Nesta época o preconceito contra nordestino em São Paulo era muito forte e ele, confudido com um "nortista", sofreu um bocado. Certa vez, fez uma bricadeira que aborreceu o Mario de Andrade e agradou o Oswald de Andrade e Antonio de Alcântara Machado: escreveu um artigo dizendo que seu avô havia sido um "bandeirante" paulista. Em 1935 Alcântara Machado é convidado para dirigir o Diário da Noite, no Rio de Janeiro e leva-o junto. No Rio de Janeiro passa algum tempo fazendo crônica diária, mas logo passa a viver no Recife, assumindo a direção da última página (crônica policial) do Diário de Pernambuco. Até aquela data, o centenário jornal não havia publicado nenhum suicídio, não obstante ocorrerem muitos no Recife. Tal publicação foi uma inovação do jovem repórter. Depois de um desentendimento com Chateaubriand, volta para o Rio de Janeiro, funda seu jornal - Folha do Povo - e passa a defender a Aliança Libertadora Nacional. Sua oposição a Getulio Vargas rende uma série de prisões e mudanças constantes, vindo a trabalhar em diversos jornais de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Nunca escreveu um livro, um romance por exemplo. Todos seus livros são coletâneas de crônicas publicadas em diversos jornais. A primeira coletânea - O conde e o passarinho - foi publicada em 1936, pela José Olympio, e teve uma boa aceitação. A segunda - O morro do isolamento - saiu em 1944 pela Brasiliense. Por esta época estoura a II Guerra Mundial e ele vai para a Itália como correspondente do Diário Carioca. Como resultado dessa experiência surge a terceira coletânea de crônicas: Com a FEB na Itália (1945). em A partir daí torna-se um nome respeitado no meio jornalístico e político. Em 1955 é convidado pelo presidente Café Filho para chefiar o Escritório Comercial do Brasil no Chile, onde passa oito meses. Realiza diversas viagens ao exterior para cobrir grandes acontecimentos. Em 1961 foi nomeado Embaixador do Brasil em Marrocos, onde permaneceu até agôsto de 1963. Suas crônicas aboradavam, num tom muito pessoal, os mais diversos assuntos, numa linguagem coloquial, porém repleta de um lirismo envolvente. Tais crônicas foram, com o tempo, sendo selecionadas e publicadas em volume: Um pé de milho (1948); O homem rouco (1949); Cinquenta crônicas escolhidas (1951); A borboleta amarela (1955); A cidade e a roça (1957); Cem crônicas escolhidas (1958); Em 1960 publica Ai de ti, Copacabana, pela editora do auto. Em 1966, funda, com Fernando Sabino, a Editora Sabiá e no ano seguinte lança A traição das elegantes, sua penúltima coletânea. A última foi 200 crônicas escolhidas, publicada pela Record em 1978. Rubem Braga viveu seus últimos anos numa cobertura (22º andar) no centro do Rio de Janeiro, onde cultivava grandes amigos, uma horta, colhia pequenas frutas e criava passarinhos soltos. Era um verdadeiro pomar suspenso. Sua biografia, feita por Marco Antonio de Carvalho, ganhou o título: Rubem Braga — Um Cigano Fazendeiro do Ar (2007). Faleceu em 19/12/1990.

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