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Cinema
Humberto Solás

"Não (consegui transformar o romance de Carpentier em imagens, colocar na tela a mesma complexidade do livro). Minha obra só serve para popularizar o romance que, não há como negar, é de difícil leitura. Se os espectadores do filme se interessarem pelo livro, já me dou por satisfeito. Na recriação fílmica do romance, procurei trabalhar com uma câmera ondulante, levando em conta a necessidade de monumentalidade do Barroco. Dei um tratamento filosófico à trama, sem me preocupar com o tempo acelerado dos espectadores de hoje, muito manipulados por realizadores que produzem em série. Sei que meu filme exige do público um exercício de pensamento.

Fonte: CAETANO, Maria do Rosário. Cineastas latino-americanos: entrevistas e filmes. São Paulo: Estação Liberdade, 1997.

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