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Biografia profissional

5º emprego:

                                     Auxiliar de apostas

Cícero da Mata

        De volta à São Paulo, em setembro de 1973, é preciso retomar a vida, encontrar novo emprego. A partir de contatos com uma amiga bibliotecária, que trabalhava na BIREME, e seu noivo, que trabalhava no Metrô, surge uma oportunidade de trabalho, mas não é para já, esperemos. No entanto, eu não podia esperar, viver de quê? Na busca de alguma ocupação surge um emprego noturno no Jockey Club de São Paulo, como auxiliar de apostas.

        A única coisa que eu sabia sobre turfe é que era uma corrida de cavalos, nada mais. Mas não havia exigência alguma para aquele serviço. Era preciso apenas ser alfabetizado, fazer contas simples, passar troco, etc. Com um breve treinamento e lá estava eu sentado atrás de um guichê vendendo "poules" e anotando os "placês", "duplas", "trifetas", "quadrifetas" e apostas em geral. O serviço era apenas de noite em duas ou três vezes por semana.  E o melhor: o pagamento era semanal. Ganhava 25 cruzeiros por corrida ou diária. Às vezes havia uma corrida comemorativa no sábado ou domingo.

        Entrava no trabalho por volta das 19hs. e saia às 21:30h. quando encerravam-se as apostas. Na saída, as corridas ainda não tinham terminado, mas eu nunca fui até a arena ver como era o movimento: a platéia ou cavalos correndo. Não tinha interesse ou curiosidade alguma sobre aquele esporte, e devo ter sido o único funcionário do Jockey que nunca viu uma corrida de cavalos.

        Não era um bom salário, mas tendo em vista a disponibilidade do horário, valia a pena. Dava para pagar refeições, cigarro e um mínimo de lazer, ao mesmo tempo em que poderia trabalhar durante o dia em outro lugar. Era mais um "bico" do que um trabalho propriamente dito. Mas, como tinha registro formal em carteira de trabalho, não podia se chamar de "bico". Fiquei nesse trabalho por um mês até que surgiu o trabalho em tempo integral no Metrô de São Paulo. Continuei nos dois trabalhos por mais um mês e depois abandonei o Jockey. Abandonar é o termo porque não apareci mais por lá nem para dar baixa na carteira profissional. Simplesmente parei de ir e ficou por isso mesmo.

        Passei a trabalhar no Metrô em outubro de 1973, um dos empregos que marcou definitivamente minha vida profissional, por diversas razões, como se verá a seguir.

 

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