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                                  Bicentenário da                                REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA

que antecipou em 5 anos a

Descrição: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2c/Monumento_%C3%A0_Independ%C3%AAncia_do_Brasil_%E2%80%94_Os_Revolucion%C3%A1rios_Pernambucanos_de_1817_-_S%C3%A3o_Paulo%2C_Brasil.jpg

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

Uma Proposta de Revisão da História

       Nosso primeiro grito de independência se deu em 1789, em Ouro Preto. O levante foi abortado logo no inicio, e pegaram Tiradentes, literalmente, para Cristo. Foi executado e esquartejado num espetáculo tão infame que alguns historiadores apontam o episódio como a possível causa para a preservação de sua memória. De fato, ele “pagou o pato” sozinho enquanto o movimento visava a autonomia apenas da província de Minas Gerais. Mas este é o marco da nossa independência enaltecido e contado nos livros de História até hoje, tornado-o feriado nacional. Para garantir sua permanência, o movimento está esculpido em bronze no lado esquerdo do Monumento à Independência, nas margens do Ipiranga. Do lado direito está o segundo grito de independência que ocorreu em 1817, no Recife, que o leitor vê acima.

 

       A Revolução Pernambucana prosperou por 74 dias e deixou 1500 mortos e feridos, além de 800 degredados. O Estado foi Nação e o episódio teve um alcance nacional e internacional. As províncias vizinhas foram convidadas a participar e foi solicitado o apoio do exterior na luta pela independência. Assim, é o caso de se perguntar por que esse movimento, não obstante ser o estopim que levou o Brasil à independência, não é levado em  consideração na história da emancipação do Brasil? Segundo o historiador Paulo Santos, observa-se uma falta de interesse na manutenção dessa memória.   “Somente na República Velha, porque interessava ao regime então vigente, 1817 foi valorizado. O dia seis de março, no centenário da Revolução, em 1917, foi até feriado nacional. O Império, o Estado Novo e o regime militar de 1964, porém, empurraram aquele movimento para baixo do tapete.”

 

       Outro historiador, Oliveira Lima, referia-se a 1817 como a única revolução brasileira merecedora deste nome. Alguns podem alegar que são historiadores pernambucanos, e que estão puxando a sardinha para seu braseiro. Mas, basta ver a história e verificar a extensão de suas consequências. Pernambuco não perdeu apenas centenas de brasileiros na luta por uma nova república, perdeu também grande parte de seu território. Desse modo, nesta comemoração do segundo bicentenário, é justo que se faça uma revisão histórica desse movimento e sua importância para a independência do Brasil. Não se trata apenas de uma questão de respeito à história, mas também de consideração e gratidão à memória dos mártires que deram suas vidas por uma nação livre e independente. 

 

       Concretamente, é preciso reconhecer o caráter nacional do movimento; revisar os estudos de História e seus desdobramentos; e atualizar os livros escolares de História do Brasil, inserindo o movimento no devido lugar na História da independência brasileira.

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