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"LITERATURA E MÚSICA"

 

EDIÇÃO RESERVADA DE 100 EXEMPLARES


                        254p.

Prefácio: Fábio Lucas

Apresentação: Luiz Antonio de Assis Brasil

Introdução: Marcelo Moraes Caetano

Edição numerada e autografada à quem você indicar

Procedimento:

1 - Deposite R$ 50 reais na conta

      Caixa Econômica Federal - Ag. 4128 - C/C.: 2520-3  em         nome de José Domingos de Brito (CPF: 434.153.778-49)

2 - Envie nome e endereço seu ou do(a) agraciado(a)

     através do e-mail: literacria@gmail.com

3 - O livro será enviado via correio em 3 dias

   

                        Saiba mais sobre o livro

“Literatura e Música”

Vol. 6 dos ”Mistérios da Criação Literária”, lançado em 2015 pela editora Tiro de Letra, em edição reservada e numerada de 100 exemplares para distribuição aos colaboradores, irradiadores e divulgadores:

 

1 - Fábio Lucas

2 - Daniel Piza (In memorian)

3 - Valêncio Xavier (In memorian)

4 - Moacyr Scliar (In memorian)

5 - Luiz Antônio de Assis Brasil

6 - Bernardo Ajzenberg

7 - Ignácio de Loyola Brandão

8 - Affonso Romano de Sant’Anna

9 - Carlos Heitor Cony

10 - Antonio Carlos Secchin

11 - Geraldo Carneiro

12 - Marcelo Moraes Caetano

13 - Luís Milanesi

14 - José Castello

15 - Gabriel Perissé

16 - Gabriel Kwac

17 - Sergio Villas-Boas

18 - Marcos Silva

19 - Raimundo Carrero

20 - Marcelo Maroldi

21 - Irinêo Netto

22 - Marcio Renato dos Santos

23 - Helena Carnieri

24 - Isabel Florinda Furini

25 - Jorge Fernando dos Santos

26 - Antonio Agenor Briquet de Lemos

27 - Cecília Prada

28 - Edvaldo Pereira Lima

29 - Jeanette Rozsas

30 - Raimundo Gadelha

31 - Carlos Caio Gomes Carneiro

32 - Leonel Melichenco

33 - Darci do Amaral Clemente

34 - Cecília & José Luis Batista

35 - Marília Clemente Gomes Carneiro

36 - Durval Muniz de Castro

37 - Neide Nisie

38 - Carmen Cecilia Mazzili

81 - Luiz Fernando Emediato

 

Os exemplares 31-80 estão sendo ofertados aos amigos dos colaboradores (bibliófilos, apreciadores etc.) e terão seus nomes aqui registrados até o fim de 2016. O restante está sendo distribuído aos editores como sugestão editorial em parceria com a Tiro de Letra para lançamento ampliado e atualizado em 2017.

 

Veja algumas resenhas do livro

Resenha de José Castello, publicada n' O Globo, de 08/07/2015

                              Literatura e música

        Recebo um exemplar de "Literatura e música" (Tiro de Letra, com organização de José Domingos de Brito), sexto volume da coleção "Mistérios da criação literária". A série já tratou das relações da literatura com o cinema, a política e o jornalismo. Já tentou responder, ainda, a duas perguntas recorrentes, mas fundamentais para qualquer escritor: "por que escrevo?" e "como escrevo?". Agora propõe-se a pensar os vínculos entre a música e a literatura. Mais para a frente, pretende, ainda, refletir a respeito de outras relações difíceis, como as que ligam a literatura à psicanálise, à religião, à filosofia e ao direito.

          A fórmula é simples: cada volume reúne uma série dispersa de declarações de grandes escritores a respeito do tema proposto. No volume sexto, encontro, inclusive, uma brevíssima reflexão que fiz sobre os vínculos entre meu romance "Ribamar", de 2010, e a partitura de uma canção de ninar. Mas não é isso o que importa aqui. Uma leitura atenta dos depoimentos esbarra em elos imprevistos, que ajudam a iluminar não só o fazer literário, mas a produção musical. Que espalham luz sobre alguns dos mais delicados segredos da criação artística. "A minha forma de escrever é muito ligada ao fato de eu ouvir muita música", admite, sem vacilar, o poeta Armando Freitas Filho. "A primeira coisa que eu quis ser, aos seis anos, era maestro. Então, acho que escrevo com uma batuta, com variações". Em geral associamos a literatura ao silêncio. Ao exercício recluso da leitura secreta e introspectiva. Surge agora, porém, uma segunda associação, não com os ruídos, ou com a zoeira, mas com a delicadeza da música. Sem que se deixe perceber, a música está presente na experiência criativa de alguns dos melhores escritores que conhecemos.

          "Se alguma vez os efeitos de uma sinfonia foram trazidos para um livro, o livro será este", escreveu Gustave Flaubert, referindo-se ao capítulo VII da segunda parte de "Madame Bovary". Uma prosa que se alarga sobre uma estrutura musical. Também o português Antonio Lobo Antunes reclama do desprezo que, em geral, se dá às relações entre seu romance "A morte de Carlos Gardel" e a "Quinta Sinfonia" de Gustav Mahler. "A estrutura de meus romances é sempre musical. Infelizmente, a crítica literária quase não dá atenção a isso". Músicas distintas "tocam" no interior de alguns dos mais apaixonantes romances que conhecemos. É preciso aprender a ouvir.

     

       Nem sempre conseguimos."Acho que escrevo livros como faço música. Tenho música na cabeça o tempo todo", declara Chico Buarque, um autor em quem, por conta de sua dupla condição, de escritor e de músico, esse vínculo se realça. Acontece que ele não se dá como, a princípio, podemos imaginar. Na criação literária, as coisas não são tão simples. Enfatiza Chico que, quando escreve, nunca ouve música, porque isso o atrapalha. A música está presente de outra maneira: "Quando eu escrevo, acho que tem música no fundo de minha cabeça", diz. "Eu leio, releio, mas logo está errado, esse algo errado tem a ver com o sentido musical, o ritmo da frase". A música não está fora, mas dentro. Não está ali para decorar o trabalho do escritor, ou para distraí-lo, mas para sustentá-lo.

          O americano Jack Kerouac, por exemplo, sentia-se influenciado pela estrutura do jazz e do bop. "É assim que eu separo minhas frases, como se fossem pautas mentais para respirar". Criou, desse modo, uma "teoria da respiração", que nada mais é do que a presença de certo ritmo, certa batida, no coração de sua escrita. Ainda mais radical, Marcelino Freire - um escritor conhecido por interpretar seus próprios textos nos palcos - se arrisca a afirmar: "O que eu escrevo, na verdade, é música. Escrevo ritmado, cheio de som, de ritmo". Ao interpretar seus textos, é esse ritmo secreto que, em sua voz, se revela.

          Existem sempre paralelos a fisgar entre a partitura e a escritura. Mesmo nas mentes mais silenciosas e nos personagens mais discretos, a música parece agir, secretamente, todo o tempo. Esses vínculos acabam por influir na performance do escritor. Mesmo um ficcionista tímido e quieto como João Gilberto Noll não se esquiva de admitir: "Como minha ficção está sendo cada vez mais arrastada por ritmos musicais, tenho gostado de apresentar o trabalho oralmente". Mais uma vez _ como no caso anterior de Marcelino Freire _ a música serve como impulso para que o escritor assuma publicamente a própria palavra. Ou, como afirma Augusto de Campos: "A música é para mim uma nutrição do impulso indispensável"

          O filósofo Voltaire sintetizou a relação entre literatura e música em um princípio simples, mas forte: "É tão impossível traduzir a poesia como é traduzir a música". Os escritores _ em especial aqueles que praticam as duas artes _ não traçam ordens de valor entre elas. Vinicius de Moraes, de quem a família dizia ter cantado antes de falar, afirma: "Não separo a poesia que está nos livros da que está nas canções". Músicos geniais, como Mozart, depois de admitir sua falta de vocação para a escrita, encontraram uma maneira de incorporá-la às próprias composições musicais. Escreveu, com toda a franqueza, em uma carta: "Não consigo escrever poesia: não sou poeta. Não consigo dispor as palavras com tal arte que elas reflitam as sombras e a luz: não sou pintor... Mas consigo fazer tudo isso com a música".

          Mesmos os prosadores mais racionais nunca se cansam de acentuar as relações secretas entre a melodia e a escrita. "Os capítulos são como compassos de uma partitura musical", diz, por exemplo, Milan Kundera em uma entrevista, falando de seus romances. "Há partes em que os compassos (capítulos) são longos, outras em que são breves outras ainda em que têm uma duração irregular". Esses vínculos profundos podem ser sintetizados com as palavras sábias de Clarice Lispector: "Acho que o sim da música é imprescindível para o ser humano e que o uso da palavra falada e escrita é como a música, duas coisas das mais altas que nos elevam do reino dos macacos, do reino animal"

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Resenha de Jorge Fernando dos Santos, publicada em sua coluna do site www.domtotal.com.br em 08/07/2015.

Os caminhos da literatura

 

              “Mistérios da Criação Literária” é uma série de livros publicada por conta própria pelo bibliotecário e bibliófilo paulista José Domingos de Brito (Ed. Tiro de Letra). Depois dos volumes “Por que escrevo?”, “Como escrevo?”, “Literatura e Jornalismo”, “Literatura e Cinema”, “Literatura e Política”, ele acaba de publicar “Literatura e Música”.

Cada volume reúne depoimentos de escritores nacionais e internacionais, a maioria consagrada, sobre os temas propostos pelo autor. Além das edições em papel, a coleção está disponível gratuitamente no site www.tirodeletra.com.br, no qual Brito mantém diversos outros links, todos eles relacionados à criação literária.

Na orelha do novo volume, o jornalista e escritor Bernardo Ajzenberg salienta que “música e literatura têm em comum o atributo e a generosidade de fazer com que o próprio ouvinte e o próprio leitor construam em suas mentes o universo induzido a eles pela mestria dos escritores e dos compositores. (...) Eis a magia tão própria dessas artes”.

Outros autores que apresentam o livro com grandes elogios são Fábio Lucas, Luiz Antonio de Assis Brasil e Marcelo Moraes Caetano. Cada um deles destaca as particularidades do trabalho de Brito e a importância desse tipo de empreitada em prol das Letras universais.

O ritmo e a escrita                 

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No posfácio que me foi solicitado, escrevi que música e literatura sempre andaram juntas, desde a antiguidade. Lembro que o ritmo é parte integrante da escrita, mesmo quando não se trata propriamente de um texto poético. Enquanto isso, ao longo da História, a poesia se fez presente na ópera, nos jograis e na canção popular, cobrindo de redondilhas os acordes musicais de grandes e pequenos compositores.

Do envolvimento de escritores com a música e de músicos com a literatura, cito nomes como Schiller, Federico García Lorca, Fernando Pessoa, Paul Bowles, Ralph Ellison, Ferreira Gullar, Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Aldir Blanc e Paulo César Pinheiro, muitos deles em destaque no livro.

A dedicação de Brito à literatura e ao intricado universo literário é algo notável. Trabalhando incansavelmente e de forma independente – já que as editoras raramente se interessam por esse tipo de tema –, ele certamente presta uma importante contribuição ao estudo das Letras em aspectos raramente abordados

Longe do tom acadêmico muitas vezes pernóstico, o autor desvenda os bastidores da criação literária de maneira inteligente, registrando os resultados de uma extensa pesquisa sobre o tema de cada um dos livros da coleção. Os interessados podem adquirir suas publicações no site citado ao longo dessa matéria.

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Entrevista conduzida por Helena Carnieri, publicada na Gazeta do Povo, de 6/3/2015.

                  

Boa literatura tem que soar como a boa música

Uma ideia na cabeça, zilhões de autores na cabeceira e uma disposição anormal já levaram o bibliotecário José Domingos de Brito a publicar seis volumes de sua coleção Mistérios da Criação Literária. Em livros anteriores, ele já abordou a forma como os escritores trabalham e suas motivações, e ainda noções de jornalismo, ciências e política.

Agora, traz ao público pela editora Tiro de Letra Literatura e Música. Trata-se de uma coleção de citações de autores clássicos ou desconhecidos que tiveram, em maior ou menor grau, alguma relação com a sonoridade e os ritmos em seus escritos. Abaixo de cada uma, acrescenta uma curta biografia.

Leia abaixo a entrevista concedida pelo organizador à Gazeta do Povo:

Como começou seu projeto de organizar citações literárias?

Comecei reunindo as respostas à pergunta “Por que escrever?” em fins da década de 1980. Em 1999 lancei o primeiro volume da obra Mistérios da Criação Literária, intitulado Por Que Escrevo? O livro interessou o Valêncio Xavier [1933-2008], que me entrevistou e publicou reportagem sobre o livro no Caderno G de 30 de janeiro de 2000.

Como conseguiu lançar todos os volumes?

Em 2006, lancei o segundo volume, Por Que Escrevo, junto com uma reedição do primeiro. Em 2008, lancei os cinco volumes, com patrocínio da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.

 

Como surgiu a ideia para este volume, sobre a música na literatura?

Surgiu a partir da afirmação e reiteração de João Cabral de Melo Neto, dizendo que não gostava de música. Fiquei impressionado com o poeta de Morte e Vida Severina, um poema depois musicado por Chico Buarque, não gostar de música...

Quais escritores o senhor destacaria entre tantos citados como tendo uma literatura influenciada pela música?

São muitos os escritores influenciados pela música. Entre os estrangeiros, temos Alejo Carpentier, Anthony Burgess, José Saramago, Octavio Paz etc. Entre os brasileiros, Chico Buarque, Arnaldo Antunes, Drummond, Érico Veríssimo, Guimarães Rosa, Haroldo de Campos, Mario de Andrade e tantos outros.

Como o senhor descreveria a importância da sonoridade, do ritmo, enfim da musicalidade na literatura?

Tudo indica que sem sonoridade, ritmo, musicalidade não se faz uma boa literatura. Há, inclusive, quem diga que a boa literatura se parece, ou melhor, soa como a boa música. São linguagens diferentes para um mesmo fenômeno, o da comunicação. Da boa comunicação.

Qual será o próximo volume?

O próximo será sobre outro filhote da literatura, a psicanálise (os outros filhos são o jornalismo e o cinema).

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