Rindo com meu pai
O que virá a ser o inexistir?
Afeições e feições, o que serão?
Que será o presente? E o porvir,
não será já passado de antemão?
Que dizer do caminho andado em vão,
nos desvãos do caminho a pressentir
a esperança que nos cai da mão,
e o rosto amado que não mais sorri?
Ria, rosto da minha noite imensa!
Essa sua expressão é a recompensa,
para cada migalha que se esvai...
Quando a terra for fria e o céu escuro,
bendirei essa treva por futuro,
juntarei o meu riso ao do meu pai...
Franpes
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