O mundo é feito de furtivos gestos
Como o silêncio da palavra escrita.
Como angústia de quem em grande festa
Não consegue sentir-se um dos convivas
De malmequeres e de sensitivas
do perfume que o vento trás das frestas
de antanho, de flores sempre-vivas
que feneceram com meu toque agreste.
Do esperar, quando se desfalece.
Do exigir quando já pousa exangue
A descrença no credo e na promessa...
E finalmente, no altar que ardo
Sinto chegar num patamar do tempo
de silêncio somente povoado.
Franpes
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