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Relações Literárias
VINICIUS DE MORAES

por Antonio Maria

"Vinícius me escreveu, de Paris. (...): 'Que diabo, meu Maria! Pegue um papel e me escreva uma carta bem terna, dizendo que não há nada, e esqueça os imponderáveis da vida. (...) Você me disse que a única coisa que poderia quebrar nossa amizade seria uma mulher. Eu estou certo de que nem isso'. Acho que esta carta me desmagoou inteiramente. Escrevi-lhe, suponho que ternamente. Mas continuo achando que mulher nos separa; que mulher separa, querendo ou sem querer, quaisquer amigos."

Fonte: SANTOS, Joaquim Ferreira dos. O diário de Antonio Maria. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.

por Carlos Drummond de Andrade 

“Uma vez tive uma pequena polêmica com o Vinicius de Moraes, que era um homem admirável. Na época em que ele fazia crônicas, tivemos uma discussão em torno de qual era a atriz mais admirável. Ele achava que era a Marlene Dietrich. Eu não podia consentir, pois a Greta Garbo era um amor meu desde a adolescência. Então o Vinicius, muito malandramente, para vencer a polêmica, inventou uma história: ele estava num bar em Hollyhood, e de repente aparecia a Greta Garbo deplorável, decadente, muito feia e desinteressante. Respondi à altura, defendendo-a, mas tudo com muita cordialidade, porque se há pessoa que eu admirava e gostava, pelo seu jeito tão diferente do meu, era o Vinicius. Você não chegou a conhecê-lo pessoalmente? Era encantador”.

Fonte: Folha de São Paulo, 03/06/1984 – Augusto Masi e Lúcia Nagib 

por João Cabral de Melo Neto

"O poeta Vinicius de Moraes seria um grande poeta ou maior se não escrevesse musiquinha popular".

Fonte: Tribuna da Imprensa, 10/04/1968 - Carlos Alberto  

"O Vinícius foi consequente com o lirismo dele ao desembocar na música popular... Vinícius fez a poesia que ele queria fazer. Ele era capaz de fazer as poesias mais sofisticadas, se quisesse, como também era capaz de compr samba. Ele era um poeta de uma habilidade como não conheci outro igual. De forma que se ele entrou nesse caminho do samba, foi porque ele quis. Porque antes ele tinha feito coisas da maior sofisticação"

Fonte: Folha de São Paulo, 22/05/1994 - José Geraldo Couto

Por José Castello

"Foi um homem que viveu para se ultrapassar e para se desmentir. Para se entregar totalmente e fugir, depois, em definitivo. Para jogar, enfim, com as ilusões e com a credulidade, por saber que a vida nada mais é que uma forma encarnada de ficção. Foi, antes de tudo, um apaixonado — e a paixão, sabemos desde os gregos, é o terreno do indomável. Daí porque fazer sua biografia era obra ingrata".

Fonte: CASTELLO, José. Vinicius de Moraes: o poeta da paixão. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

Por Manuel Bandeira

"O Manuel Bandeira também me escreveu uma carta muito simpática, dizendo que eu precisava praticar mais a forma".

Fonte: STEEN, Edal van. Viver & escrever. v.3., 2ed. Porto Alegre, RS: LP&M, 2008.

por Mario Benedetti

Fui amigo do Neruda. E foi por meio do Neruda, aqui em Montevideo, que vim a conhecer Vinicius. Jantamos, bebemos, cantamos a noite toda. voltamos a nos encontrar, mas essa primeira noite foi inesquecível, foi a melhor. Parecia-me um tipo com muito humor, um homem muito divertido, apaixonado pela vida. E foi, sem dúvida, um magnífico poeta. Indentifico-me com ele não apenas na poesia, mas também porque temos o mesmo vínculo com a música. Como você deve saber, também escrevo letras de músicas".

Fonte: O Estado de São Paulo, 14/06/1997 - José Castello

por Mario de Andrade

"O Mário de Andrade, igualmente, me deu umas podadas muito bem dadas. Isso tudo me ajudou muito".


Fonte: Ele & Ela, março de 1979 - Narceu de Almeida Filho

por Octávio Tarquínio

"Foi o Octávio Tarquínio de Souza que me pôs no devido lugar, no rodapé literário que ele assinava. ele disse: 'Olha, menino, vá com calma, você tem tempo ainda. Você tem talento,mas a poesia é mais vasta, é preciso saber manjar o instrumento de trabalho', assim por diante".

Fonte: STEEN, Edal van. Viver & escrever. v.3., 2ed. Porto Alegre, RS: LP&M, 2008.

por Otto Lara Resende

"Manuel Bandeira viveu e morreu com as raízes enterradas no Recife. João Cabral continua ligado à cana-de-açúcar. Drummond nunca deixou de ser mineiro. Vinicius é um poeta em paz com a sua cidade, o Rio. É o único poeta carioca". Mas ele dizia nada mais ser que "um labirinto em busca de uma saída".

Fonte: Castello, José. Vinicius de Moraes: o poeta da paixão. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

por Pedro Nava

"Era um amigo fraternal. Tenho várias coisas dele dedicadas a mim, inclusive uma gravação feita aqui em casa que está guardada".

Fonte: Senecta (Revista médica). R. Janeiro, ano 7, v. 7, nº 3, 1984

"O Vinícius representa muito para mim. Vinícius, depois de uma certa fase, foi um companheiro de noitadas, de música, essas coisas todas. Eu o achava um verdadeiro encanto e guardo uma impressão inesquecível da última visita que ele me fez, quando gravou para mim aquela Balada de Pedro Nava, que ainda hoje permance inédita. Ele cantou, eu gravei. Acho que ele deveria ser passada o disco, mas já ofereci às irmãs de Vinícius e elas não falaram nada. De qualquer modo a gravação continua aí, guardada, e nem a toco com medo de enguiçar a fita".

Fonte: D.O, Leitura, jan. 2000

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