A morte da palavra
A palavra é remédio que não cura,
tão somente é um vão paliativo,
que usamos enquanto estamos vivos
para dar entender nossa amargura.
O poeta é o homem que procura,
neste metido frágil e cansativo,
dar vasão ao seu gênio já cativo,
pela hostes cruéis da desventura.
A palavra não diz o sentimento,
pois não pode abranger quanto tormento,
de uma idéia inflamada em dor decorre...
Ela cresce na lama atormentada,
mas, ao tentar sair precipitada,
enfraquece, ofegante aqueja e morre.
Franpes
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