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Soneto

 

A morte da palavra

 

A palavra é remédio que não cura,

tão somente é um vão paliativo,

que usamos enquanto estamos vivos

para dar entender nossa amargura.

 

O poeta é o homem que procura,

neste metido frágil e cansativo,

dar vasão ao seu gênio já cativo,

pela hostes cruéis da desventura.

 

A palavra não diz o sentimento,

pois não pode abranger quanto tormento,

de uma idéia inflamada em dor decorre...

 

Ela cresce na lama atormentada,

mas, ao tentar sair precipitada,

enfraquece, ofegante aqueja e morre.

 

                                                      Franpes

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