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ENTREVISTA SIMULTÂNEA

Antonio Torres

Nasceu em 13/09/1940, em Sátiro Dias, sertão da Bahia. Romancista, jornalista e publicitário desligado dessa profissão desde meados dos anos 1960. “Comeu o pão que o diabo amassou” até se tornar escritor reconhecido em todo o mundo, mas nunca reclamou disso. Antes de ingressar no jornalismo teve várias ocupações, tanto no campo, no trabalho agrário e pastoril, quanto na cidade, onde trabalhou em bares, sorveterias e bancos. Seu primeiro texto foi publicado no “Alagoinhas Jornal”, quando cursava o ginásio. O texto era um protesto contra o aumento da mensalidade e quase lhe valeu a expulsão da escola. O que lhe salvou foram as boas notas em todas as matérias. Foi apenas suspenso por três dias. O episódio correu a cidade e despertou a atenção de Mario Alves, dono de uma borracharia, ligado ao Partido Comunista e distribuídor do jornal Novos Rumos. Ele achou que o rapaz tinha queda para o jornalismo e prometeu levá-lo para Salvador. Dito e feito, mudou-se para a capital e passou a trabalhar no Jornal da Bahia, ainda menor de idade. Fazia de tudo auxiliando jornalistas, que já despontavam nas letras baianas: Ariovaldo Matos  e João Carlos Teixeira Gomes (Joca), o chefe de reportagem. Até que um dia o Joca mandou o rapaz cobrir uma conferência de um tal Jean-Paul Sartre na Universidade da Bahia. O jovem repórter nunca tinha ouvido falar do famoso filósofo francês.  Sua estréia se deu com Um cão uivando para a lua (1972). O livro seguinte Os homens de pés redondos (1973) confirmou o talento do escritor. O próximo consagrou-o definitivamente: Essa terra (1976) foi traduzido para diversas línguas e editado em diversas formas. Solicitado a definir sua obra, ele declara: “Produto Nacional Bruto: gente se alimentando de farinha de telha, sopa de farrapos e carne de rato”. Alguns livros: Adeus, velho (1981), Carta ao bispo (1979), Cachorro e o lobo (1997), Um táxi para Viena D’Áustria (1991), Balada da infância perdida (1996), além de diversos contos publicados em jornais e revistas. Em 1998 foi condecorado “Cavaleiro das Artes e das Letras Francesas” e em 2000 recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras. Após quatro anos de pesquisa, lançou Meu querido canibal (2000), romance biográfico de Cunhambebe, um cacique dos índios tamoios. É o primeiro volume de uma trilogia que especula sobre a origem da violência urbana brasileira. O segundo volume – O nobre seqüestrador – saiu em 2003 e segue a linha da biografia histórica, relatando a vida do corsário francês René Duguay, que invadiu o Rio de Janeiro em 1711. Em 2006 lançou o romance Pelo fundo da agulha. No ano seguinte lançou mais dois livros; um infanti: Minu, o gato azul, e outro de crônicas: Sobre Pessoas. Em 2013 entrou para a Academia Brasileira de Letras.

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