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Cinema
Ricardo Piglia

“As pessoas de minha geração foram muito marcadas pelo cinema, do mesmo modo que os jovens de hoje estão sendo marcados pela televisão. O cinema é um tipo de cultura que a pessoa tem sem pensar, pois começou a ver filmes aos 15 anos, de modo que é quase como o idioma. Eu via mais de três por semana. No verão, Mar del Plata tinha salas com excelente programação: uma pessoa acabava vendo toda a história do cinema perambulando pela cidade. Os cineastas foram muito importantes na minha literatura, e o mais importante foi Jean-Luc Godard, o artista que mais influiu em tudo o que eu faço. Em seguida vem Orson Wells. Me interesso muito por Win Wenders e gosto muito dos cineastas americanos clássicos. Sobre três relatos meus já se fizeram filmes para a TV, já escrevi dois roteiros e trabalhei em outros dois argumentos, que estão para ser filmados”. 

Fonte: O Globo, 05/01/1992  - José Negreiros

“Brinco às vezes dizendo que os grandes romances são aqueles que não podem ser levados ao cinema, aqueles que têm um nó próprio, inacessível ao cinema. Muitos escritores escrevem com a cabeça no cinema e fazem, muitas vezes, narrativa demasiado esquemáticas, pensando na fantasia dos filmes. Enquanto o que fiz foi desenvolver uma literatura muito verbal, muito ligada a certas formas de narrar específicas da literatura. Mas, ao mesmo tempo, trabalhei no cinema e tive várias experiências como roteirista. Mas sempre diferenciando claramente uma atividade da outra”.  

Fonte: O Globo, 06/09/1997  –  Flavio Pinheiro de Castro

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