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Como escrevo?
Elvira Vigna

“Igual ao Tezza, também arrumo tudo. Aí tem uma hora que não tem mais jeito e começo o ritual de sair da minha ‘zona de conforto’. Vou para local isolado e desconhecido. Hotel vagabundo na minha própria cidade, outra cidade. Em geral, algo a ver com o cenário do que vou escrever. Escrevo com fome, com vontade de fazer xixi, frio, com o computador (mal) equilibrado no colo. Escrevo em geral na primeira pessoa. Acho que é por isso. Para o ‘eu’ não ser tão eu.”

Fonte: http://michellaub.wordpress.com (23/10/2012)

"Meus livros não nascem. Já estão lá desde sempre. Meu trabalho é descobri-los. Daí eu levar tanto tempo para fazer cada um. Eu tenho que saber o que eles são, e eles só me dizem isso muito devagarinho. Quanto ao processo, há várias etapas bem definidas. No começo eu fico olhando o nada por muito tempo. Depois, quando acho que entendi o que o livro quer ser, me isolo para escrever. Em geral estou enganada, não entendi nada. E aí preciso repetir o processo outra vez, eu conversando com o livro até que nós dois, eu e o livro, nos damos por satisfeitos. E em geral eu também me engano aqui também, e fico desesperada porque o livro está já em produção e não era nada daquilo. Por causa disso, não leio meus livros depois de publicados. Para não ficar maluca tentando consertar à mão cada exemplar dele ainda na livraria ou no depósito do editor".

Fonte: Rascunho, abril de 2010

 

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