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Política
Murilo Mendes

"Quando o debate é travado entre escritores, acho (acadêmico). Mas em jornal, para esclarecer o povo, admito que se volte a essa discussão que tem sido continuada pelos novíssimos esnobes da Economia Política. De qualquer maneira, o problema me parece mal colocado. Isto por que o artista, em si, é sempre individualista, o que não o impede de compreender e interpretar os anseios da coletividade. A finalidade da literatura não é política, em si, consiste em aumentar, aperfeiçoar e elevar o patrimônio espiritual da humanidade. Todo homem que cria beleza, seja por um verso sobre uma rosa ou uma borboleta, aumenta o bem-estar da comunidade. Os representantes da corrente espritualista falam nisso em nome do Espírito com E grande. Por sua vez, os representantes da corrente materialista atacam o espírito. Ambas as facções têm razão  em parte. É preciso, de fato, defender os valores do espírito, mas sem esquecer que esta posição de defesa implica altos deveres, dos quais não é o menor o de ajudar a promoção de uma cultura verdadeiramente humanística e popular. A torre de marfim só existe no papel. Mas o homem de pensamento não tem apenas deveres. Tem também direitos, o mais importante dos quais é, sem dúvida, o de ser independente na sua criação"

Fonte: SENNA, Homero. República das letras. 3ed. Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1996.

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