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Relações Literárias
ITALO CALVINO

por Adolfo Bioy Casares

“Conhecemo-nos em Paris, depois nos reencontramos na Itália. Como escritor, encanta-me como Calvino começa seus relatos. Parece-me que ele sabia começar suas histórias melhor do que ninguém. E continuar também, claro. Mas me surpreende essa capacidade que ele tinha para interessar o leitor nas três primeiras páginas, fazer com que o leitor já estivesse metido no livro”.

Fonte: Folha de São Paulo, 30/07/1999 – José Geraldo Couto     

 

"Calvino também. Eu o aprecio muitíssimo".

Fonte: Roda Viva. TV Cultura. São Paulo, 28/08/1995

Por Harold Bloom

“Considero a morte de Calvino, em 1985, uma enorme perda não apenas para a literatura italiana, mas para a mundial. Foi um autor incrivelmente original e As cidades invisíveis, que cito em meus livros, é quase um manifesto de como e por que ler...  Eu prefiro o dele (Por que ler os clássicos), é claro (risos). Acho que são obras distintas. Ele era um grande criador, um autor de imagens incrivelmente originais. Eu, não. Em Como e por que ler, o que estou fazendo é simplesmente ensinar. Calvino está fazendo outra coisa: ele trabalha sobre material literário para criar novas imagens”.

Fonte: O Estado de São Paulo, 10/02/2001 – Haroldo Ceravolo Sereza e Daniel Piza 

por Isaias Pessoti

"Para o louco, os limites das categorias fatos, coisas e pessoas são fluidos: um cavalo pode ser verde e cantar a ‘marselhesa’. Na literatura isso pode ocorrer, mas dentro de uma espécie de pacto tácito com o leitor (veja-se Italo Calvino). Entra-se racionalmente na esfera do absurdo e ali vigem outras regras. Nesse mundo novo, outra racionalidade impera: um visconde partido ao meio obedece limitações impostas pela sua categoria. Um barão que vive sobre as árvores também segue a lógica e a racionalidade que cabem a quem não pisa no chão e enfrenta problemas de seu ambiente especial. Parece-me que o critério é mesmo o da reversibilidade da fantasia ou do delírio. E uma certa cumplicidade entre autor e leitor, quando se parte para o fantástico, tipo Calvino”.

Fonte: Cult (S.Paulo), fevereiro de 1998 – José Guilherme R. Ferreira

por Alberto Moravia

"Afirmei que há dois escritores na literatura italiana recente de quem ninguém jamais falará mal: Gadda e Calvino. Não sei se isso é propriamente um elogio, mas creio que corresponde à verdade. Parecem protegidos por uma parede de amianto. Explico. Calvino, de quem sou muito amigo, corresponde a ceta idéia de uma literatura italiana 'nobre', isto é, do tipo clássico. Gadda, por sua vez, encarna o que na Itália se julga ser a vanguarda. Parece que essas duas circuntâncias os isolam de golpes".

Fonte: AJELLO, Anello. Moravia: entrevista sobre o escritor incômodo. São Paulo: Civ. Brasileira, 1986.

 

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