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Relações Literárias
MURILO RUBIÃO

por Ângelo Oswaldo

“Não era um homem ligado ao sistema, era um homem contrário ao regime militar. O Murilo tinha uma posição crítica em relação ao regime, embora não tenha militado numa frente oposicionista ou numa resistência democrática... O Murilo ficou tão envolvido com tantas frentes de trabalho que não tinha mais sentido ele sair de Minas Gerais. Naquela época, dizia-se que Minas Gerais exportava minérios e mineiros, e ele permaneceu aqui...As pessoas gostavam do Murilo, ele gostava de conversar numa mesa de bar. Fora isso, ele era muito reservado, mas numa mesa de bar, ele estava sempre cercado de amigos, ele mantinha essa tradição antiga da pessoa se ligar a um bar, a uma mesa, na Gruta Metrópole, no Lua Nova, ele gostava de uma roda de libações, como diria o Pedro Nava”

Fonte: http://www.murilorubiao.com.br

por Guy de Almeida

"Inúmeros amigos meus, antes e depois da morte de Murilo, deram testemunhos que permitem caracterizá-lo como uma das figuras marcantes da vida cultural mineira em todo esse período e que certamente vai ter prolongada essa influência através de sua própria obra.”

Fonte: http://www.murilorubiao.com.br

por Humberto Werneck

“Para mim, você tem na vida dois ou três encontros que são realmente decisivos para a sua vida. E acho que o Murilo foi um desses encontros. Acho que encontrei o Murilo para me encontrar...O Murilo era um cara que te dava confiança, nos tratava de igual pra igual. Eu me lembro muito dele, daquela careca, dos olhos por cima dos óculos, um companheiraço para sair e beber alguma coisa. Ele era um cara muito diferente, não tem ninguém que possa dizer, “essa pessoa é uma pessoa tipo Murilo Rubião”, só ele era tipo Murilo Rubião... Era um boêmio legal, tinha grande resistência ao álcool. Lembro de várias festas na rua Leopoldina. Ele não queria confraternização com vizinhos; só gostava de dar balas para os meninos. Quando morava no 777 da rua do Ouro, houve uma vez uma gincana, coisa comum em Belo Horizonte, e uma das tarefas era levar um escritor que reunia as características do Murilo. Então todos começaram a telefonar para a casa dele, batiam na porta, era domingo e ele não atendeu, enfurecido... Murilo era um cara de uma grande generosidade pessoal, sem paternalismo, ele tomava conta da gente. A mim pessoalmente, o Murilo dava uma corda muito grande. Hoje vejo que ele era muito mais do que generoso, eu nem era jornalista, eu era estudante de direito, ele me dava missões como entrevistar Clarice Lispector, que foi uma das primeiras matérias que eu fiz na minha vida”

Fonte: http://www.murilorubiao.com.br

 

por Jorge Fernando dos Santos

"Murilo Rubião, o mineiro que inventou o realismo fantástico, gênero que se tornaria uma das principais marcas da literatura latino-americana. Isso em 1947, quando publicou O Ex-Mágico da Taverna Minhota, muito antes de ouvirmos falar no mexicano Juan Rulfo, no colombiano Gabriel García Márquez ou nos argentinos Jorge Luis Borges e Julio Cortázar. Mineiro tem essa mania de descobrir a pólvora antes dos outros e permanecer quieto no seu canto, feito criança que fez estrepolia".

Fonte: www.tanto.com.br (12/07/2008)

por Lomelino Couto

Se alguém falar que conheceu o Murilo num momento de amor, eu te digo que talvez isso não seja muito verdade. O máximo que eu vi foi o Murilo segurando a mão de uma moça chamada Jaci Camarão, que trabalhava comigo na rádio, que lia muito, uma das pessoas que mais conhecia Fernando Pessoa, de família também tradicional, muito bonita e que adorava Murilo. Outra pessoa, por quem acho que ele era apaixonado, era a Vanessa Neto. Quando JK fazia as festas no Palácio das Mangabeiras, chamava o pessoal para ouvir serenata e pedia para todos irem em casais. O Murilo sempre ia com a Vanessa e eu com a irmã dele, a Maria Eugênia. Essas festas eram sempre de sexta para sábado ou de sábado para domingo, e JK gostava de ver o nascer do sol. De lá das Mangabeiras, víamos o sol nascer em cima do Arrudas.”

Fonte: http://www.murilorubiao.com.br

por Paulinho Assunção

“Costumo dizer que a morte de Murilo Rubião levou uma figura catalisadora, nuclear, da literatura produzida em Minas Gerais. Marioandradinamente, Murilo reunia as gerações, estimulava, incentivava. Ele agrupava as pessoas, em todas as áreas, e tinha uma generosidade sem limites. Do mesmo modo generoso com que ia ao Palácio dos Despachos falar com o governador, interceder por isto ou aquilo, ele sentava-se com um grupo de jovens escritores num dos bares do Maletta para conversar, ouvir, dar sugestões. Sou testemunha do quanto Murilo era paciente até com os tantos chatos que navegam pelas águas revoltas dos bares. Houve um tempo, com dois ou três amigos mais freqüentes, que almoçávamos juntos diariamente, ora na Cantina do Lucas, ora no Pelicano, ora no Bar da Esquina (atrás da Igreja da Boa Viagem), ora em uma caminhada pelo centro da cidade até o restaurante do Senac, na rua Tupinambás.”

Fonte: http://www.murilorubiao.com.br


por Rui Mourão

Nós tivemos uma convivência intensa. Eu tenho aqui em casa até um armário que foi dele. Grande amigo. O Murilo era uma pessoa muito interessante. Ele, como funcionário, era uma pessoa muito exigente, tinha um senso de responsabilidade e uma isenção para tratar das coisas muito grande. Gastar o dinheiro público para ele, por exemplo, era uma coisa sagrada. Ele fazia aquilo com a maior fidelidade possível. Na fase de execução das coisas, ele era muito exigente, e depois na fiscalização. Era um funcionário exemplar, pessoas que trabalhavam com ele e não gostavam de manter horário tiveram problemas, ele era inflexível.”

Fonte: http://www.murilorubiao.com.br

 

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