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Religião
Carlos Heitor Cony

Não sabia o que seria da minha vida. E só o fato de ter pensado na Graça já foi uma Graça. Eu poderia não ter pensado nela, mas pensei quando estava na UTI do hospital, depois de ter tomado uma anestesia de nove horas. Tive a Graça porque não morri até agora... A partir daquele momento, percebi que estava sendo levado de volta a Deus. Dois ou três meses depois conversei com o cardeal dom Eugênio, que é meu amigo desde a época em que fumava charuto, e ele achou que eu deveria conversar com outra pessoa. Me recomendou o bispo auxiliar dele, dom Rafael. Também falei com dom Lucas, em Roma e ele chegou ao ponto de me dar uma absolvição. Mas minha reaproximação com Deus foi uma intervenção direta e pessoal da Graça. Sou uma pessoa nervosa e irrequieta, mas nesta questão não tive pressa porque sabia que a porta havia sido reaberta. Agora, botar isso em forma de ficção não é fácil. Eu teria de ser um Santo Agostinho, dono de um grande talento literário, o que não é meu caso”.

Fonte: Gazeta Mercantil, 11-13/01/2002 – Álvaro Costa e Silva

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