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Você quer mesmo ser escritor?

 

A pergunta não quer – de modo algum – desanimar o jovem aspirante a escritor. Pelo contrário, pretende reforçar o interesse em desenvolver profissionalmente essa atividade, despertando para os percalços desta profissão.

 

Sim, porque hoje dia, com as facilidades proporcionadas pela Internet, os blogs, e as oficinas literárias que proliferam por aí, fica parecendo que qualquer pessoa pode se tornar escritor. Há até quem diga que o talento não é essencial para exercer a atividade. São pessoas que acham que escrever bem é a única exigência para se tornar um bom escritor. Confundem a condição necessária com a condição suficiente. Não há dúvida que as escolas e oficinas de criação literária municiam a pessoa com um instrumental que possibilita uma escrita correta e até uma leitura agradável. Mais que isso a escola não pode fazer.

 

Talento é uma característica individual, que não sabemos direito o que é, mas que reconhecemos quando visto ou percebido, sem contar as variedades e intensidades de talento próprias de determinadas pessoas. Assim, para ajudar o jovem aspirante em sua decisão de se aprofundar nessa arte, temos os questionamentos de Rilke. É claro que tal conselho é dirigido às pessoas que vêm a Literatura assim mesmo com L maiúsculo e não aquelas que pretendem, conscientemente ou não, prostituir as letras.

    

  

“Faça a si esta pergunta: sou de fato obrigado a escrever? Examine-a a fundo até achar a mais profunda resposta... mergulhe em si próprio e sonde as profundidades de onde jorra a sua vida. Só desta maneira encontrará resposta à pergunta: Devo criar?... Basta, no meu entender, sentir que se poderia viver sem escrever para não mais se ter o direito de fazê-lo”.

 

Rilke, Rainer Maria. Cartas a um jovem poeta. São Paulo: Hemus, 1967.

Leia também

Schopenhauer, Athur. Sobre o ofício do escritor. São Paulo: Martins Fontea, 2005.

 

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