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História
Stefan Zweig

"Eu mesmo, logo depois de terminar meu último livro preparei o esboço de outro romance. Então começou a guerra e de repente pareceu-me frívolo demais narrar o destino de pessoas fictícias. Não tive mais coragem de lidar com fatos psicológicos particulares e cada uma das histórias pareceu-me irrelevante em comparação com a história... Em cada navio, em cada agência de viagem, em cada consulado, podemos ouvir de gente anônima, comum, as histórias de aventuras e peregrinações que não são menos perigosas ou excitantes que as de Ulisses. Se alguém imprimisse, sem alterar uma única palavra, os documentos dos refugiados que agora são guar­dados nos escritórios de organizações de caridade, da Sociedade de Amigos, no Ministério do Interior em Londres, poderíamos compilar uma centena de volu­mes com histórias mais excitantes e improváveis do que aquelas de Jack London ou Maupassant... Nenhum gênio pode hoje em dia inventar algo que supere os dramáticos eventos da atualidade, e até mesmo o melhor poeta tem que voltar a ser um discípulo e um criado do nosso maior mestre de todos os tempos: a história"

Fonte: ALTMAN, Fábio. A arte da entrevista. São Paulo: Scritta, 1995

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