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Literatura e Política
Amós Oz

Eu tracei uma linha muito clara. Nunca escrevo um romance para mandar uma mensagem política ou fazer uma afirmação política. Quando tenho uma declaração política para fazer, escrevo um artigo. Quando escrevo um romance estou do lado de todos e não apenas de um personagem. Em A terceira condição, um dos debates ocorre entre o protagonista e seu velho pai e eu dou aos dois uma voz bem simpática. Faço ambos atraentes. Se estívese escrevendo um ensaio ou um artigo teria dito claramente: ‘Esse é meu ponto de vista, aquele não’. Quando conto uma história, não prego e quando quero pregar, não conto histórias”.

Fonte: O Globo, 05/02/1995 -Sandra Cohen

"Acho que são caminhos diferentes. Sobre minha mesa, tenho duas canetas, porque escrevo à mão, não escrevo no computador. Tenho uma caneta preta e uma azul. Uma delas é para escrever artigos e dizer ao governo para ir para o inferno. O governo lê os artigos, mas não vai para o inferno por alguma razão. [risos] A outra é para escrever histórias. Não misturo as duas. Quando tenho uma mensagem clara, “faça isto, não faça aquilo”, escrevo um artigo, não uma história. Contar histórias é bem diferente. É uma coisa muito profunda e primitiva. Contar histórias é como sonhar, é como fazer amor, é como o sexo, é como o alimento. É uma coisa essencial na minha vida. Não misturo as duas coisas. Não escrevo histórias para dizer ao governo o que fazer. Isso eu faço nos artigos".

Fonte: Programa Roda Viva, da TV Cultura, 05/07/2007

 

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