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Relações Literárias
JORGE FERNANDO DOS SANTOS

por Cunha de Leiradella

Jorge Fernando dos Santos é também jornalista, dramaturgo e autor infanto-juvenil. E Palmeira Seca se beneficia dessas atividades. O estilo é seco, preciso e incisivo como uma notícia de jornal bem redigida. Ao invés de descrever personagens, o autor deixa-os falar e agir e, assim, apresentarem-se eles próprios ao leitor. Conheci Palmeira Seca na condição de jurado daquele Prêmio Guimarães Rosa, em 1989. O que disse aos meus colegas da comissão julgadora (Carlos Herculano Lopes e Manoel Lobato) eu volto, agora, a repetir: É, na verdade, um romance fora do comum”.

Fonte: Depoimento de Cunha de Leiradella, 1991.

por Fernando Py

"Jorge Fernando dos Santos vem se revelando um grande contador de histórias, na esteira dos nossos grandes narradores, como um Érico Veríssimo, um João Guimarães Rosa, um José J. Veiga, um Autran Dourado, um Graciliano Ramos... A estrutura da narrativa é pontilhada por descontinuidades temporais, que respondem pela eficácia e interesse da trama, e alicerçada por capítulos intercalados com o título de Cordéis da memória. Estes são como que explicações de certos acontecimentos do passado, ou até pequenos retratos psicológicos de personagens, no sentido de dar-lhes um relevo maior, funcionando como flash-backs da narrativa. E aqui nota-se outra característica da ficção de Jorge Fernando dos Santos: a linguagem cinematográfica, aliada, no caso, a uma grande economia de estilo, que é direto, fluindo com a simplicidade enganadora de um Machado de Assis, por exemplo. Temos, portanto, um grande romancista que ainda poderá ser um dos nossos maiores no ramo".

Fonte: Tribuna de Petrópolis, em 2004.

por Helena Jobim

"Conheci Jorge Fernando dos Santos assim que vim morar em Belo Horizonte. Fiquei vivamente impressionada com sua inquietação, marca importante dos seres pensantes em evolução. Diria melhor, talvez, em ebulição. Com o tempo, firmaram-se mais em mim essas características. A do autor literário, teatral, jornalístico e musical, premiadíssimo. Sua inquietude fica claramente colocada em suas crônicas. Parece atingir a tudo e a todos com sua aguda pena. Mas atinge a si mesmo em seu inconformismo. No fundo, seu inconformismo demonstra a profunda brasilidade do que poderia facilmente ser e não é. E isso nos sobrecarrega, povo brasileiro. E ele tem pressa. Tem pena deste país tão belo, com tão grande potencial. E seu povo tão frágil. E clama por cidadania. Conclama o povo à cidadania, forma definitiva de liberdade. É ótimo que tenhamos articulistas como ele, que fala de nossas angústias influenciado pelo amplo repertório da música popular brasiliera. De Chiquinha Gonzaga (ou algum autor até mais antigo) a Tom Jobim, não esquecendo os grandes mestres que viveram nesse interregno. Afinal, a música corre nas veias de cada brasileiro. E Jorge Fernando a utiliza, fazendo com que o leitor se emocione também com suas crônicas, suas denúncias surdas e seu inconformismo. É bom ler Jorge Fernando dos Santos e com ele sentir a emoção de que um dia, o mais rápido possível, o Brasil possa ser muito melhor".

Fonte: JOBIM, Helena. Prefácio do livro "Crônica do Brazyl". Belo Horizonte: Mazza Editora, 2000.

por Luiz Carlos Abritta

"Em Jorge Fernando dos Santos há o mesmo estilo seco, direto, quase sem adjetivação de Graciliano Ramos, mas os diálogos de seus personagens e os trechos narrativos atingem diretamente o leitor, sem cansá-lo, fazendo-o meditar sobre a vida e seus diuturnos desdobramentos".

Fonte: ABRITTA, Luiz Carlos. Na apresentação do livro "Críticas Criticáveis". Belo Horizonte: s.c.p., 1999.

por Lygia Fagundes Telles

"Seu estilo é simples e verdadeiro, fluente e preciso, exato. Poético, às vezes, mas de uma poesia enxuta, quase seca, nenhum artifício, nada".

Fonte: Depoimento de Lygia Fagundes Telles, da Academia Brasileira de Letras, 1996.

por Márcio de Souza

"Poucas vezes a literatura brasileira ofereceu – em tão poucas páginas – tantas imagens de rara beleza quanto esta novela de Jorge Fernando dos Santos, Palmeira Seca. Trilhando o perigoso caminho do regionalismo, enfrentando as armadilhas da esgarçada narrativa rural, este jovem autor mineiro conseguiu criar uma história de alta-voltagem emocional, ao mesmo tempo inscrita na tradição regionalista e na vocação moderna do escritor”.

Fonte: Márcio de Souza na apresentação do livro "Palmeira seca". São Paulo: Editora Marco Zero, 1991.

 

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