Volta para a capa
Relações Literárias
PEDRO NAVA

por Affonso Arinos de Mello Franco

"É muito dificil, para mim, falar de Pedro Nava sem comover-me, tão ligados temos vindo pela vida, em horas de riso e morte. Nossos risos sem causa - a falta de causa é a causa do verdadeiro riso -, nossas tristezas como causa ou sem ela, nossa firmeza e confiança nas horas mais duras; a palma aberta, o olhar direto, a certeza. E em tantos anos as cenas inevitáveis em que a morte é o terceiro personagem presente - ou receado. De meninos a velhos, de perto ou de longe, nenhuma sombra, nenhuma dúvida, nenhuma hesitação, nenhuma crítica, sim, porque a amizade ou não é, ou é falta de crítica".

Fonte: O Estado de São Paulo, 05/06/1983

por Autran Dourado

"Acho-o fantástico. De uma língua rica, forte. Não sei se teria a coragem dele de me confessar tanto. De uma certa maneira, ele foi muito escandaloso, gostava de chocar. Fiquei muito surpreso com o suicídio dele. Não sei se permanecerá, mas essas coisas são tão oscilantes".

Fonte: LUCENA, Suênio Campos de. 21 escritores brasileiros: uma viagem entre mitos e motes. São Paulo: Escrituras, 2001.

por Carlos Drummond de Andrade

"Pedro Nava surpreende, assusta, diverte, comove, embala, inebria, fascina o leitor".

Fonte: Bravo! s.d.

                        "Meu amigo Pedro Nava

                         regressou de Juiz de Fora.

                         Parabéns a Pedro Nava,

                         parabéns a Juiz de Fora"

Fonte: O Estado de São Paulo, 05/06/1983

                        Ariel despede-se do corpo

                        que fizera sua alma escrava.

                        Mas há sempre uma luz no rosto

                        - distanciado - de Pedro nava"

(Final da Ata de 19 de maio de 1984, do primeiro "Sabadoyle" realizado após a morte de Pedro Nava)

Fonte: O Estado de São Paulo, 03/06/1984

 

por Francisco de Assis Barbosa

"Um desses monumentos que se erguem a cada cem anos".

Fonte: D.O. Leitura, v.18, nº 9, set. 2000.

por Joaquim Inojosa

"Imbatível, para usar expressão esportiva. Porque no esporte do gênero literário memórias, desde o primeiro volume Baú de ossos ao último O círio perfeito, revelou-se o artilheiro número um, retirando da frente, em chutes a gol, todo e qualquer concorrente. Nos seis volumes publicados, não se limitou Pedro Nava a descrever episódios de que haja simplesmente participado. Estuda o ambiente da época respectiva, político, social, cultural, e nele os que se distinguiram, para que possa o leitor compreender não apenas o homem, isto é, o autor, mas a época em que viveu. Este, o maior segredo de Pedro Nava, e sem dúvida os sólidos alicerces de sua obra".

Fonte: O Estado de São Paulo, 03/06/1984.

por José Castello

"As memórias de Pedro Nava colocam em questão os limites da literatura. Sem a afetação dos vanguardistas, ao contrário, com a discrição dos abnegados, Nava explodiu essas fronteiras, alçando o memorialismo ao status de ficção. Literatura e verdade se igualaram".

Fonte: O Estado de São Paulo, 29/09/2001

por José Mindlin

"Insisti muitas vezes com Nava para que fizesse também em São Paulo o lançamento de seus livros, e ele sempre arranjou uma desculpa para não vir. Lembro de um telefonema que dei sobre isso, em que ele me disse que gostaria muito, mas que Nieta, sua mulher, tinha medo de avião, o que tornava a viagem dificil. 'Posso falar com Nieta?' perguntei. 'Isso não', disse Nava, 'porque de repente ela aceita'. Aí você os leitores uma boa amostra do jeito de Pedro Nava'.

Fonte: D.O. Leitura, st. 2000

por Mario de Andrade

"Eu vejo nos seus primeiros versos principalmente um grande perigo, Nava. Você está, ao menos nos dois poemas que me mandou, se preocupando muito com a realização formal de certos aspectos fenomenais (fenomênicos, quero dizer) do mundo exterior. Que tem lirismo, eu sei. Um lirismo inicial até muito fino e bem bom".

(Primeira carta enviada em março de 1925)

Fonte: O Estado de São Paulo, 03/06/1984

Por Nilo Scalzo

Há no estilo de Pedro Nava uma refulgência própria do texto dos grandes escritores, a qual deriva de sua vocação para o desenho e a pintura. As imagens ousadas, o gosto pelo adjetivo que dá colorido e contorno às figuras por ele traçadas, como no velho Eça, tudo isso, enfim, distingue sua obra com uma das mais artísticas da nossa literatura".

Fonte: O Estado de São Paulo, 03/06/1984

por Rachel de Queiroz

"E ele fez um striptease que eu não teria jamais coragem. Nós discutimos muito isso, como é que ele contava aquelas histórias da avó dele e dos padrinhos da avó dele...  Ele dizia que estava ali para contar mesmo. E enfrentou, não é?... Ele tinha uma memória diabólica, tinha...  E ele colecionou notas, a gente não sabia para quê... Anotava tudo, ele tinha um arquivo imenso. Todo bilhete que a gente fazia para ele... Eu convivia [com ele], era o meu melhor amigo na época, era o meu primo, foi ele que me apresentou ao Oyama, de forma que nós tínhamos uma grande ligação... Apresentou-me ao meu marido. E era o meu escort [acompanhante] quando estava divorciada, o meu escort, porque naquele tempo uma senhora não andava sozinha. O meu escort era o Nava...Como escreveu! Que maravilha, não é?" 

Fonte: Pograma Roda Viva, da TV Cultura, 01/07/1991

por Vinícius de Moraes

                        "Em que Antárticas espumas

                         Navega o navegador

                         Em que brahmas, em que brumas

                         Pedro Nava se afogou"?

Fonte: O Estado de São Paulo, 05/06/1983

 

Prossiga na entrevista:

Por que escreve?

Como escreve?

Onde escreve?

O que é inspiração?

Cinema

Política

Medicina

Influências literárias

Crítica literária

Academia
Biografia